domingo, 23 de setembro de 2018

LEPTOSPIROSE:


LEPTOSPIROSE:
Conceitos, Transmissão, Fatores de Risco e Prevenção

Lécia Conceição de Freias


RESUMO

A leptospirose é uma doença conhecida no mundo inteiro e ocasiona muito pessoas e animais infectados. Seu principal transmissor trata-se de roedores mais precisamente o rato de esgoto que elimina as leptospiras pela urina. O cão adquire a doença quando em contato com água contaminada pela urina. A ocorrência da doença é maior em ambientes úmidos e quentes, sendo que o cão pode transmitir por muito tempo, mesmo não apresentando dados clínicos. A água é o principal meio de contágio, sendo comuns os surtos em época de chuvas. O crescimento urbano desordenado e saneamento básico precário favorecem a proliferação de roedores. O presente trabalho conceitua a doença na visão de diferentes autores, apresenta as formas de transmissão, os fatores de risco e medidas profiláticas de combate à doença. A metodologia utilizada para a  elaboração do trabalho foi uma revisão bibliográfica. Os resultados atestam que os objetivos foram alcançados. Na seção Discussão exibe  o que pode ser feito para minimizar o alcance da doença, na sociedade.

PALAVRAS-CHAVE: Leptospirose. Cão. Endemias. Roedores. 

ABSTRACT

Leptospirosis is a disease known worldwide and causes many infected people and animals. Its main transmitter is rodents more precisely the sewer rat that eliminates the leptospires through the urine. The dog gets the disease when in contact with water contaminated by urine. The occurrence of the disease is greater in hot and humid environments, and the dog can transmit for a long time, even without presenting clinical data. Water is the main means of contagion, being common the outbreaks in rainy season. Disorganized urban growth and poor basic sanitation favor rodent proliferation. The present study conceptualizes the disease in the view of different authors, presents the forms of transmission, the risk factors and prophylactic measures to combat the disease. The methodology used for the elaboration of the work was a bibliographical review. The results attest that the objectives were achieved. In the Discussion section it shows what can be done to minimize the extent of disease in society.

KEYWORDS: Leptospirosis. Dog. Endemias. Rodents.



1 INTRODUÇÃO

            A Leptospirose é uma doença disseminada no mundo inteiro e é considerada, no Brasil como um problema econômico e de saúde pública.  Suas formas ao redor do mundo variam, sendo que ela pode se apresentar na forma esporádica ou endêmica. As maiores ocorrências acontecem no período das chuvas quando os alagamentos nas áreas urbanas favorecem o contágio por meio das águas  com  urina dos roedores infectados. A doença tem maior ocorrência em regiões tropicais e subtropicais, com condições sanitárias precárias, que favoreçam a proliferação de ratos, os transmissores naturais.
            A Leptospirose é causada por espécies da bactéria  Leptospira spp., patogências, e são transmitidas ao cão e também ao homem que se tornam  hospedeiros acidentais. Segundo um novo estudo internacional liderado pela Fiocruz Bahia  a carga global da leptospirose é muito maior do que se estimava, ao ponto de provocar mais de um milhão de novas infecções e cerca de 59 mil mortes por ano.
            O presente trabalho mostra como tema a leptospirose canina, por perceber sua periculosidade já que o cão, pelo seu convívio com os humanos é um dos principais responsáveis pela propagação da doença, uma vez que elimina as leptospiras vivas no ambiente, mesmo que não apresente sinais clínicos da doença, promovendo  o contágio. O estudo aborda em que situações ocorrem esse contágio, uma vez que a doença se espalha mundialmente, tornando-se um problema sério de saúde pública e de difícil resolução.
            O trabalho se justifica pela importância do tema, por acreditar que a expansão de conhecimentos sobre o assunto pode contribuir para  a diminuição da ocorrência  de casos de leptospirose entre os cães e consequentemente entre os humanos. Ao tomar conhecimento de como acontece a transmissão, as formas de contágio e os fatores de risco, assim como as formas de prevenção, é possível ao homem se proteger e também os seus animais de estimação.
            Os objetivos deste trabalho, portanto, consiste em investigar sobre a leptospirose e sua definição na visão de diversos autores. Para tanto pretende fazer uma revisão bibliográfica, analisando trabalhos já publicados sobre o assunto, retirados da internet,  e que possam elucidar as questões e alcançar os objetivos propostos.
            O presente trabalho se estrutura em uma Introdução apresentando o tema, os objetivos, a justificativa e a metodologia para sua elaboração. Em seu desenvolvimento exibe o Referencial Teórico com as ideias de diversos autores; a seguir mostra uma discussão entre os autores e finaliza considerando o que foi estudado.


LEPTOSPIROSE:  o que é

            A leptospirose é uma das zoonoses mais disseminadas no mundo. No Brasil, são comuns maiores ocorrências de casos na época das chuvas que ocasionam os alagamentos urbanos, chegando a haver surtos epidêmicos.   (BLAZIUS, 2005 p.1).
            Por ser  uma doença bacteriana infectocontagiosa que acomete o homem  e os animais domésticos e silvestres, largamente disseminada, assume considerável importância como problema econômico e de saúde pública. A ocorrência de leptospirose é variável em diferentes partes do mundo, podendo-se observar tanto a forma esporádica quanto a endêmica (BATISTA et al, 2004, p.1)
            Alinhado com esse pensamento  Castro et al, (2011, p.1) afirma que  a leptospirose é uma doença infectocontagiosa de distribuição mundial, e se caracteriza por acometer tanto animais domésticos quanto  silvestres e também a espécie humana. A transmissão ao homem acontece por intermédio do rato de esgoto (Rattus novergicus) e dos cães que são os principais reservatórios da leptospirose no ambiente urbano.
            De acordo com Brod et al (2005, p.1) os cães são os hospedeiros do sorovar canicola e a incidência de infecção por este sorovar pode ocorrer de 50 a 75%, caso a população não tenha sido vacinada. Os ratos são os hospedeiros do sorovar icterohaemorrhagiae, e nos caso dos cães é acidental que se tornem hospedeiros desse agente.
            O sorovar Canicola é um dos mais frequentes na leptospirose canina, sendo o próprio cão o reservatório deste sorovar  ( WOHL, 1996; SCANZIANI et al., 1991 apud OLIVEIRA  et al  2015, p.1). A doença nos cães pode ocorrer na forma subclínica ou clínica, com evolução aguda ou crônica (FAINE et al., 1999,  apud OLIVEIRA et al, 2015, p.1).

                        Na interpretação de Faine (1999 apud BENITEZ et al 2010, p.2) a leptospirose é  causada por espécies de Leptospira spp. Sendo que a espécie L. interrogans está distribuída em 23 sorogrupos que compreendem mais de 250 sorovares com similaridades antigênicas. “Os sorovares variam de acordo com a região geográfica em que são encontrados e em função dos aspectos ecológicos que as caracterizam” (BOLIN, 1996 apud BENITEZ et al 2010 p.2).
            Já Figueiredo et al (2001, p.1) esclarece que a “leptospirose é uma doença infecciosa sistêmica, aguda, febril, causada  por espiroquetas do gênero Leptospira”. A autora ainda afirma que essa doença é considerada um sério risco à saúde pública no Brasil. O clima tropical úmido do país e uma grande população de roedores favorecem a manutenção da leptospira nas regiões urbanas e rurais. Além disso, o lixo espalhado em vias públicas e em terrenos baldios propicia um ambiente ideal para a proliferação da população murina.
            Mascolli et al adverte que a doença tem um forte significado socioeconômicocultural, e se espalha facilmente devido a fatores  como o “crescimento desordenado de grandes centros urbanos, as migrações, as deficiências nas condições de saneamento básico e o acúmulo desordenado de lixo”. Essas condições favorecem o aumento da população dos roedores.
            As leptospiras patogênicas são encontradas habitando o tecido renal de mamíferos e outros animais (hospedeiros naturais), nos quais não causa aparentemente nenhum dano. Entretanto, essas leptospiras, de acordo com a virulência e patogenicidade, podem causar infecção e doença em outros mamíferos, incluindo o cão e o homem, que se constituem nos hospedeiros acidentais (HAGIWARA, 2003. p.1).
As Leptospiras são bactérias Gram Negativas, espiraladas, flexíveis e móveis, compostas de um cilindro protoplasmático que se enrola ao redor de um filamento axial central. As leptospiras são bactérias patogênicas pertencentes à ordem Spirochaetales, a família Leptospiracae, ao gênero Leptospira. Durante muito tempo, esse gênero foi divido em duas espécies: L. biflexa e L. interrogans, ambas subdivididas em várias sorovariedades. As sorovariedades da L. biflexa são as de vida livre, consideradas saprófitas, enquanto as da L. interrogans são responsáveis pela infecção nos animais domésticos e no homem, (MELO et al.,2010; SCHMIDT et. al, 2002 apud SOUZA, 2011, p.11 ).

            A leptospirose é uma doença infectocontagiosa que acomete os animais domésticos e o homem, causada da por bactérias que têm a forma de espiroquetas e que pertencem à família Leptospiraceae, gênero Leptospira.. Apresenta uma das principais zoonoses com distribuição mundial, tendo sido descrita em todos os tipos de vertebrados de sangue quente, especialmente cães. (ETTINGER & FELDMAN, 1992, LANGONI et al., 1998, ALVES et al., 2003, apud MELLO; MANHOSO, 2007 p. 28


Como se transmite

            Há um consenso entre os autores sobre o fato de que o crescimento urbano desordenado dificulta o saneamento básico o que favorece a proliferação dos roedores, principais os hospedeiros naturais de leptospiras no ambiente urbano.
            Silva (1998) adverte que o convívio e a exposição constante ao meio ambiente já contaminado expõem o homem rural e o homem urbano à leptospirose.
Conforme Wohl (1996 apud SOUZA, 2011, p.13) “as leptospiras não podem se replicar  fora de um hospedeiro, geralmente estão presentes nos túbulos renais dos mamíferos e são excretadas na urina por vários meses”. Isso acontece após o período crítico da doença e como o animal não apresenta nenhum sintoma clínico irá contaminar água e/ou alimentos sem ser percebido. (GUIDI, 2006; KOURI, 2006 apud SOUZA, 2011, p. 13).
            Souza (2011, 13) ainda esclarece que os determinantes para a prevalência de uma sorovariedade de Leptospira em uma região devem-se à espécie do animal reservatório existente no local, ao clima e geografia do ambiente. Além disso, é importante nesse aspecto, as práticas de agricultura utilizadas assim como a forma de ocupação.
            Entre os animais reservatórios de leptospiras destacam-se os roedores da espécie Rattus norvegicus, considerado o mais importante transmissor em áreas metropolitanas, o  Rattus rattus e Mus musculus. Além desses, consideram-se como reservatórios para as espécies de leptopiras os bovinos, suínos, ovinos, caprinos, equinos, caninos e animais silvestres (KOURI, 2006, apud SOUZA, 2011, p.13).
            Segundo Hagiwara  ((2003, p.1) as leptospiras sobrevivem bem em terrenos úmidos e alagados e em estábulos com excesso de detritos, multiplicando-se bem em pH de 7,2 a 7,4  e em temperaturas de  10 a 34 ºC, sendo muito sensíveis à acidez e à dessecação.
            Souza  cita Guidi (2006) ao se alinhar com esse pensamento e afirma que as linhagens patogênicas têm um tempo de sobrevida em água de acordo com temperatura, o ph, a salinidade, e grau de poluição. . Sua multiplicação atinge um grau elevado  em “pH compreendido entre 7,2 a 7,4
            A promiscuidade entre os cães errantes e cães mantidos conjuntos em abrigo propicia a manutenção e a transmissão das leptospiras. O contágio, que pode ser o sorovar canicola  ou qualquer outro sorovar, acontece no meio ambiente quando os animais hospedeiros entram em contato com as bactérias (HAGIWARA, 2003, p.1).
            O aumento das chuvas ocasionando alagamentos em solos com reação neutra ou pouco alcalino  propicia a exposição dos animais à água contaminada com urina ou tecidos provenientes de animais infectados, dando origem aos surtos. O fato de haver uma variedade de espécies hospedeiras facilita a transmissão da doença (BATISTA, 2004, p.1).
            Benitez et al. (2010, p.192 considera que os cães são importantes transmissores da doença, uma vez que convivem com os humanos e cita Faine (1982)  ao afirmar que eles podem eliminar leptopiras vivas por meio da urina por muito tempo sem apresentar dados clínicos da enfermidade.
            Conforme Hagiwara (2003, p.1) as leptospiras são encontradas nos hospedeiros naturais ainda que não causem dano algum.  Entretanto,  devido à virulência e grau de patogenicidade  podem causar infecção e a doença, inclusive no cão e no homem, que se tornam  hospedeiros acidentais.  
            Para Acha e Szyfres (1986, apud JOUGLARD; BROD, 2000, p1) a prevalência de leptospirose em cães é considerada mais alta em regiões tropicais podendo variar entre países e mesmo entre áreas.  Os cães, como todas as outras espécies de animais domésticos e silvestres, são susceptíveis a todos os sorogrupos de leptospira conhecidos (TORTEN et al., 1979 apud JOUGLARD; BOARD, 2000, p.1 ).
            Na interpretação de Vasconcelos (1993, apud BATISTA et al, 2005, p.1) os animais acometidos do mal, convalescentes e sadios são os principais responsáveis pela persistência de focos da doenças. Isso porque permanecem infectados por muito  tempo, por não apresentarem os sinais característicos e por estarem em constante deslocamento, tornando-se “reservatórios do agente no ambiente”.
A persistência do agente na natureza e o elevado potencial de infecção são assegurados pela diversidade de identidades sorológicas, a multiplicidade de espécies hospedeiras e o relativo grau de sobrevivência no ambiente sem parasitismo (em condições de alto grau de umidade, proteção contra raios solares, temperaturas adequadas e pH neutro ou levemente alcalino), ainda que as leptospiras patogênicas não se multipliquem fora do organismo dos hospedeiros (CÔRTES, 1993, apud  MASCOLLI et al, 2005, p.25)).

            Sabendo-se da importância dos cães na transmissão de leptospirose ao homem e da prevalência da leptospirose nestes animais; os sorovares mais prevalentes avaliaram-se alguns fatores de risco para a ocorrência da doença que serão apresentados a seguir.

Fatores de Risco

            Segundo Magalhães (2007 apud Benitez, 2010, p.192)  cães, sem donos ou de proprietários relapsos, ingerem água  e restos de alimentos contaminados com a urina de roedores infectados, correndo um risco muito grande de se infectarem      .
            “A água tem papel primordial na difusão e manutenção das leptospiras na natureza e assume uma particular importância na transmissão da doença”, que ocorre por meio do contato com essa  água contaminada de qualquer origem (SILVA, 2006, p.783).
            Querino et al  (2003) alerta que o crescimento urbano  desordenado, falta de saneamento básico com consequente proliferação de animais portadores de leptospiras,   podem ser  responsáveis pelo aumento da ocorrência do agente.
            Segundo Coiro et al (2011, p. 396) a leptospirose está espalhada pelo mundo e é considerada como uma infecção emergente. Aqui no Brasil, ela aumenta no período das chuvas devido aos alagamentos que acontecem em áreas urbanas, sendo comum surgirem surtos epidêmicos. Os autores ainda esclarecem que  animais domésticos e  silvestres podem se tornar portadores e contribuir para a disseminação das leptospiras na natureza por meio da eliminação do agente pela urina, contaminando  águas de qualquer origem e em ambientes com condições precárias de higiene.
            Aguiar  (2007 p. 74) adverte  que  cães alimentados com  ração comercial têm maiores chances de adquirir a infecção que os alimentados com dietas caseiras,  sendo encontrado o mesmo resultado no meio rural. O fato sugere que o armazenamento inadequado de razão pode favorecer a existência de reservatórios de leptospira.
            É provável, que o hábito de caçar roedor, o acesso à rua, a presença de áreas alagadiças, sejam fatores que estejam interligados, favorecendo a disseminação da leptospirose entre os cães (QUERINO, et al, 2003, p.32)
            Reforça-se segundo Jouglard  (2000. p. 184) a “água contaminada é tida como principal responsável pela disseminação da leptospirose a todo e qualquer organismo susceptível que com  ela entre em contato”.
            SILVA (1998, apud JOUGLARD; BROD, 2000, p.185) alerta para o fato de  populações que trabalham ou vivem em áreas sujeitas a enchentes, em precárias condições de moradia ou de saneamento. Famílias que vivem diariamente em contato com água ou esgotos contaminados pela urina de roedores e assim expostos à leptospirose e outras doenças.


Metodologia

         A metodologia utilizada para a elaboração de um trabalho consiste nos passos que o pesquisador irá fazer para proceder à pesquisa. Toda metodologia, em qualquer atividade, exige uma pesquisa. As pesquisas podem ser direcionadas de diferentes formas e adquirem características específicas dependendo do tipo de trabalho e objetivos a que se propõe.
            De acordo com Gil (2007, p. 17), a pesquisa se define como um “procedimento racional e sistemático” e visa encontrar respostas para as questões formuladas. A pesquisa compõe-se de um processo o qual vai “desde a formulação do problema até a apresentação e discussão dos resultados”.
         Em Gerhardt e Silveira (2009 ), Tartuce (2006) ensina que o conhecimento é um processo dinâmico e inacabado, serve como referencial para a pesquisa tanto qualitativa como quantitativa das relações sociais, como forma de busca de conhecimentos próprios das ciências exatas e experimentais [...] e que o objetivo básico da ciência não é o de descobrir verdades ou de se constituir como uma compreensão plena da realidade. Deseja fornecer um conhecimento provisório, que facilite a interação com o mundo, possibilitando previsões confiáveis sobre acontecimentos futuros e indicar mecanismos de controle que possibilitem uma intervenção sobre eles.
            De acordo com Fonseca (2002) também citado por Gerhardt e Silveira (2009) a pesquisa bibliográfica é feita a partir do levantamento de referências teóricas já analisadas, e publicadas por meios escritos e eletrônicos, como livros, artigos científicos, páginas de web sites. Qualquer trabalho científico inicia-se com uma pesquisa bibliográfica, que permite ao pesquisador conhecer o que já se estudou sobre o assunto. Existem, porém, pesquisas científicas que se baseiam unicamente na pesquisa bibliográfica, procurando referências teóricas publicadas com o objetivo de recolher informações ou conhecimentos prévios sobre o problema a respeito do qual se procura a resposta.
            A Metodologia utilizada para a elaboração deste trabalho será exclusivamente bibliográfica sendo que o material a ser analisado será retirado da Internet, tratando-se de artigos, dissertações, teses, Manual de Ciências e também material disponibilizado pelo Ministério da Saúde sobre o assunto. Todo material está devidamente referenciado.

RESULTADOS PARA A PREVENÇÃO DA LEPTOSPIROSE

            A falta de saneamento básico nas grandes cidades, principalmente nas favelas, e a frequente exposição à contaminação ambiental durante as fortes chuvas e enchentes são considerados os fatores fundamentais para a ocorrência das epidemias de leptospirose em área urbana (TASSINARI et al., 2004).
            A leptospirose é uma doença relacionada à baixa condição socioeconômica e precárias condições de infraestrutura e de serviços, que ficam ainda mais debilitados em situações de desastres naturais causados por fortes chuvas (VASCONCELOS et al., 2012).
            Morikawa (2009 apud SOUZA, 2011, p.12) ensina que “as Leptospiras são bactérias Gram Negativas, espiraladas, flexíveis e móveis, compostas de um cilindro protoplasmático que se enrola ao redor de um filamento axial central”  e que o envelope externo das Leptopiras se compõe de lipopolissacarídeos que são bastante sensíveis à luz solar direta, aos desinfetantes comuns e aos antissépticos.            Segundo Levett  (2001 apud, OLIVEIRA; GUIMARÃES; MEDEIROS,  2009, p. 22) a imunização por meio de vacinas é uma medida de prevenção possível tanto para a população humana quanto para os reservatórios que transmitem a leptospirose ao homem.  As autoras ainda afirmam que os animais quando imunizados ainda eliminam  leptospiras pela urina, porém  em  um  tempo menor que os animais com a infecção natural. (BRASIL, 2005; MCBRIDE et al., 2005)
            De acordo com a Guia de Vigilância  e Saúde (BRASIL, 2017), “as medidas de prevenção e controle devem ser direcionadas aos reservatórios  à melhoria das condições de proteção dos trabalhadores expostos e das condições higiênico-sanitárias da população”. È necessário também  tomar medidas adequadas no que diz respeito ao meio ambiente visando diminuir a população dos roedores.
            Além do controle da população de roedores, o Guia de Vigilância  recomenda segregação e tratamento de animais produção de acordo com normas especificas;
criação de animais seguindo os preceitos das boas práticas de manejo e posse responsável, cuidados quanto à higiene tanto dos animais quanto dos locais; armazenamento apropriado dos alimentos  em locais inacessíveis aos roedores; vedar possíveis esconderijos dos roedores; não deixar alimentos de animais expostos por muito tempo;  acondicionamento adequado do lixo, manter terrenos limpos e murados (BRASIL, 2017, p. 582-583).


CONSIDERAÇÕES FINAIS

            A lepstopirose é uma doença infectocontagiosa proveniente de condições socioeconômicas precárias e que se propaga em ambientes úmidos e sem higiene.
Isso que dizer que a parte da população  que vive em favelas e em lugares sem saneamento básico está mais sujeita a contrair a doença.  O crescimento urbano desordenado propicia a proliferação de roedores, agentes naturais de transmissão.
O clima tropical que vigora no país favorece a ocorrência da doença uma vez que as leptopiras precisam de determinada temperatura para sua sobrevivência.
            O cão por ser o hospedeiro mais próximo do homem torna-se o principal agente de transmissão da leptospirose. È necessário observar as condições de saúde do animal, a fim de detectar possíveis sinais clínicos, ainda que em alguns casos não haja manifestações desses dados. As vacinas de imunização não apresentam total eficácia, já que não eliminam a doença, apenas diminuem  o tempo de transmissão das leptospiras.
            Torna-se fundamental, portanto, seguir as orientações no que diz respeito à prevenção, como forma de evitar a doença; manter rigorosamente as condições de higiene e sanitárias necessárias para afastar roedores, evitando sua proliferação, ou sua proximidade, no caso de animais silvestres. Os cuidados com os animais de estimação devem ser tomados de acordo com as orientações dos profissionais de saúde. 
            Ressalta-se a importância de manter áreas próximas às moradias limpas do mato e de entulho evitando que possam servir de esconderijos tanto para os roedores, assim como  locais de abrigos para cães errantes.



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