LEPTOSPIROSE:
Conceitos, Transmissão, Fatores de Risco e Prevenção
Lécia Conceição de Freias
RESUMO
A leptospirose é uma doença conhecida no mundo inteiro e
ocasiona muito pessoas e animais infectados. Seu principal transmissor trata-se
de roedores mais precisamente o rato de esgoto que elimina as leptospiras pela
urina. O cão adquire a doença quando em contato com água contaminada pela
urina. A ocorrência da doença é maior em ambientes úmidos e quentes, sendo que
o cão pode transmitir por muito tempo, mesmo não apresentando dados clínicos. A
água é o principal meio de contágio, sendo comuns os surtos em época de chuvas.
O crescimento urbano desordenado e saneamento básico precário favorecem a
proliferação de roedores. O presente trabalho conceitua a doença na visão de
diferentes autores, apresenta as formas de transmissão, os fatores de risco e
medidas profiláticas de combate à doença. A metodologia utilizada para a elaboração do trabalho foi uma revisão
bibliográfica. Os resultados atestam que os objetivos foram alcançados. Na
seção Discussão exibe o que pode ser feito
para minimizar o alcance da doença, na sociedade.
PALAVRAS-CHAVE:
Leptospirose. Cão. Endemias. Roedores.
ABSTRACT
Leptospirosis
is a disease known worldwide and causes many infected people and animals. Its
main transmitter is rodents more precisely the sewer rat that eliminates the
leptospires through the urine. The dog gets the disease when in contact with
water contaminated by urine. The occurrence of the disease is greater in hot
and humid environments, and the dog can transmit for a long time, even without
presenting clinical data. Water is the main means of contagion, being common
the outbreaks in rainy season. Disorganized urban growth and poor basic
sanitation favor rodent proliferation. The present study conceptualizes the
disease in the view of different authors, presents the forms of transmission,
the risk factors and prophylactic measures to combat the disease. The
methodology used for the elaboration of the work was a bibliographical review.
The results attest that the objectives were achieved. In the Discussion section
it shows what can be done to minimize the extent of disease in society.
KEYWORDS: Leptospirosis. Dog. Endemias. Rodents.
1 INTRODUÇÃO
A Leptospirose é uma doença
disseminada no mundo inteiro e é considerada, no Brasil como um problema
econômico e de saúde pública. Suas
formas ao redor do mundo variam, sendo que ela pode se apresentar na forma
esporádica ou endêmica. As maiores ocorrências acontecem no período das chuvas
quando os alagamentos nas áreas urbanas favorecem o contágio por meio das
águas com urina dos roedores infectados. A doença tem
maior ocorrência em regiões tropicais e subtropicais, com condições sanitárias
precárias, que favoreçam a proliferação de ratos, os transmissores naturais.
A Leptospirose é causada por
espécies da bactéria Leptospira spp.,
patogências, e são transmitidas ao cão e também ao homem que se tornam hospedeiros acidentais. Segundo um novo estudo internacional liderado
pela Fiocruz Bahia a carga global da
leptospirose é muito maior do que se estimava, ao ponto de provocar mais de um
milhão de novas infecções e cerca de 59 mil mortes por ano.
O presente trabalho mostra como tema
a leptospirose canina, por perceber sua periculosidade já que o cão, pelo seu
convívio com os humanos é um dos principais responsáveis pela propagação da
doença, uma vez que elimina as leptospiras vivas no ambiente, mesmo que não
apresente sinais clínicos da doença, promovendo o contágio. O estudo aborda em que situações ocorrem
esse contágio, uma vez que a doença se espalha mundialmente, tornando-se um
problema sério de saúde pública e de difícil resolução.
O trabalho se justifica pela
importância do tema, por acreditar que a expansão de conhecimentos sobre o
assunto pode contribuir para a
diminuição da ocorrência de casos de
leptospirose entre os cães e consequentemente entre os humanos. Ao tomar
conhecimento de como acontece a transmissão, as formas de contágio e os fatores
de risco, assim como as formas de prevenção, é possível ao homem se proteger e também
os seus animais de estimação.
Os objetivos deste trabalho,
portanto, consiste em investigar sobre a leptospirose e sua definição na visão
de diversos autores. Para tanto pretende fazer uma revisão bibliográfica,
analisando trabalhos já publicados sobre o assunto, retirados da internet, e que possam elucidar as questões e alcançar
os objetivos propostos.
O presente trabalho se estrutura em
uma Introdução apresentando o tema, os objetivos, a justificativa e a
metodologia para sua elaboração. Em seu desenvolvimento exibe o Referencial
Teórico com as ideias de diversos autores; a seguir mostra uma discussão entre
os autores e finaliza considerando o que foi estudado.
LEPTOSPIROSE: o que é
A
leptospirose é uma das zoonoses mais disseminadas no mundo. No Brasil, são comuns
maiores ocorrências de casos na época das chuvas que ocasionam os alagamentos
urbanos, chegando a haver surtos epidêmicos. (BLAZIUS, 2005 p.1).
Por
ser uma doença bacteriana
infectocontagiosa que acomete o homem e
os animais domésticos e silvestres, largamente disseminada, assume considerável
importância como problema econômico e de saúde pública. A ocorrência de
leptospirose é variável em diferentes partes do mundo, podendo-se observar
tanto a forma esporádica quanto a endêmica (BATISTA et al, 2004, p.1)
Alinhado
com esse pensamento Castro et al, (2011,
p.1) afirma que a leptospirose é uma
doença infectocontagiosa de distribuição mundial, e se caracteriza por acometer
tanto animais domésticos quanto silvestres e também a espécie humana. A
transmissão ao homem acontece por intermédio do rato de esgoto (Rattus
novergicus) e dos cães que são os principais reservatórios da leptospirose no
ambiente urbano.
De
acordo com Brod et al (2005, p.1) os cães são os hospedeiros do sorovar
canicola e a incidência de infecção por este sorovar pode ocorrer de 50 a 75%,
caso a população não tenha sido vacinada. Os ratos são os hospedeiros do
sorovar icterohaemorrhagiae, e nos caso dos cães é acidental que se tornem
hospedeiros desse agente.
O sorovar
Canicola é um dos mais frequentes na leptospirose canina, sendo o próprio cão o
reservatório deste sorovar ( WOHL, 1996;
SCANZIANI et al., 1991 apud OLIVEIRA et
al 2015, p.1). A doença nos cães pode
ocorrer na forma subclínica ou clínica, com evolução aguda ou crônica (FAINE et
al., 1999, apud OLIVEIRA et al, 2015,
p.1).
Na interpretação de Faine (1999 apud
BENITEZ et al 2010, p.2) a leptospirose é causada por espécies de Leptospira spp. Sendo
que a espécie L. interrogans está distribuída em 23 sorogrupos que compreendem
mais de 250 sorovares com similaridades antigênicas. “Os sorovares variam de
acordo com a região geográfica em que são encontrados e em função dos aspectos
ecológicos que as caracterizam” (BOLIN, 1996 apud BENITEZ et al 2010 p.2).
Já
Figueiredo et al (2001, p.1) esclarece que a “leptospirose é uma doença
infecciosa sistêmica, aguda, febril, causada por espiroquetas do gênero Leptospira”. A
autora ainda afirma que essa doença é considerada um sério risco à saúde
pública no Brasil. O clima tropical úmido do país e uma grande população de
roedores favorecem a manutenção da leptospira nas regiões urbanas e rurais. Além
disso, o lixo espalhado em vias públicas e em terrenos baldios propicia um
ambiente ideal para a proliferação da população murina.
Mascolli
et al adverte que a doença tem um forte significado socioeconômicocultural, e
se espalha facilmente devido a fatores como o “crescimento desordenado de grandes
centros urbanos, as migrações, as deficiências nas condições de saneamento
básico e o acúmulo desordenado de lixo”. Essas condições favorecem o aumento da
população dos roedores.
As
leptospiras patogênicas são encontradas habitando o tecido renal de mamíferos e
outros animais (hospedeiros naturais), nos quais não causa aparentemente nenhum
dano. Entretanto, essas leptospiras, de acordo com a virulência e
patogenicidade, podem causar infecção e doença em outros mamíferos, incluindo o
cão e o homem, que se constituem nos hospedeiros acidentais (HAGIWARA, 2003.
p.1).
As Leptospiras
são bactérias Gram Negativas, espiraladas, flexíveis e móveis, compostas de um
cilindro protoplasmático que se enrola ao redor de um filamento axial central. As
leptospiras são bactérias patogênicas pertencentes à ordem Spirochaetales, a
família Leptospiracae, ao gênero Leptospira. Durante muito tempo, esse gênero
foi divido em duas espécies: L. biflexa e L. interrogans, ambas subdivididas em
várias sorovariedades. As sorovariedades da L. biflexa são as de vida livre,
consideradas saprófitas, enquanto as da L. interrogans são responsáveis pela
infecção nos animais domésticos e no homem, (MELO et al.,2010; SCHMIDT et. al,
2002 apud SOUZA, 2011, p.11 ).
A
leptospirose é uma doença infectocontagiosa que acomete os animais domésticos e
o homem, causada da por bactérias que têm a forma de espiroquetas e que
pertencem à família Leptospiraceae, gênero Leptospira.. Apresenta uma das
principais zoonoses com distribuição mundial, tendo sido descrita em todos os
tipos de vertebrados de sangue quente, especialmente cães. (ETTINGER &
FELDMAN, 1992, LANGONI et al., 1998, ALVES et al., 2003, apud MELLO; MANHOSO,
2007 p. 28
Como se transmite
Há
um consenso entre os autores sobre o fato de que o crescimento urbano desordenado
dificulta o saneamento básico o que favorece a proliferação dos roedores,
principais os hospedeiros naturais de leptospiras no ambiente urbano.
Silva (1998) adverte que o convívio e
a exposição constante ao meio ambiente já contaminado expõem o homem rural e o
homem urbano à leptospirose.
Conforme Wohl (1996 apud SOUZA, 2011,
p.13) “as leptospiras não podem se replicar fora de um hospedeiro, geralmente estão
presentes nos túbulos renais dos mamíferos e são excretadas na urina por vários
meses”. Isso acontece após o período crítico da doença e como o animal não
apresenta nenhum sintoma clínico irá contaminar água e/ou alimentos sem ser
percebido. (GUIDI, 2006; KOURI, 2006 apud SOUZA, 2011, p. 13).
Souza
(2011, 13) ainda esclarece que os determinantes para a prevalência de uma
sorovariedade de Leptospira em uma região devem-se à espécie do animal
reservatório existente no local, ao clima e geografia do ambiente. Além disso,
é importante nesse aspecto, as práticas de agricultura utilizadas assim como a
forma de ocupação.
Entre
os animais reservatórios de leptospiras destacam-se os roedores da espécie
Rattus norvegicus, considerado o mais importante transmissor em áreas
metropolitanas, o Rattus rattus e Mus musculus. Além desses, consideram-se como reservatórios para as
espécies de leptopiras os bovinos, suínos, ovinos, caprinos, equinos, caninos e
animais silvestres (KOURI, 2006, apud SOUZA, 2011, p.13).
Segundo
Hagiwara ((2003, p.1) as leptospiras sobrevivem
bem em terrenos úmidos e alagados e em estábulos com excesso de detritos, multiplicando-se
bem em pH de 7,2 a 7,4 e em temperaturas
de 10 a 34 ºC, sendo muito sensíveis à
acidez e à dessecação.
Souza cita Guidi (2006) ao se alinhar com esse
pensamento e afirma que as linhagens patogênicas têm um tempo de sobrevida em
água de acordo com temperatura, o ph, a salinidade, e grau de poluição. . Sua
multiplicação atinge um grau elevado em
“pH compreendido entre 7,2 a 7,4
A
promiscuidade entre os cães errantes e cães mantidos conjuntos em abrigo propicia
a manutenção e a transmissão das leptospiras. O contágio, que pode ser o
sorovar canicola ou qualquer outro
sorovar, acontece no meio ambiente quando os animais hospedeiros entram em
contato com as bactérias (HAGIWARA, 2003, p.1).
O
aumento das chuvas ocasionando alagamentos em solos com reação neutra ou pouco
alcalino propicia a exposição dos
animais à água contaminada com urina ou tecidos provenientes de animais
infectados, dando origem aos surtos. O fato de haver uma variedade de espécies
hospedeiras facilita a transmissão da doença (BATISTA, 2004, p.1).
Benitez
et al. (2010, p.192 considera que os cães são importantes transmissores da
doença, uma vez que convivem com os humanos e cita Faine (1982) ao afirmar que eles podem eliminar leptopiras
vivas por meio da urina por muito tempo sem apresentar dados clínicos da
enfermidade.
Conforme
Hagiwara (2003, p.1) as leptospiras são encontradas nos hospedeiros naturais
ainda que não causem dano algum.
Entretanto, devido à virulência e
grau de patogenicidade podem causar
infecção e a doença, inclusive no cão e no homem, que se tornam hospedeiros acidentais.
Para
Acha e Szyfres (1986, apud JOUGLARD; BROD, 2000, p1) a prevalência de
leptospirose em cães é considerada mais alta em regiões tropicais podendo
variar entre países e mesmo entre áreas. Os cães, como todas as outras espécies de
animais domésticos e silvestres, são susceptíveis a todos os sorogrupos de
leptospira conhecidos (TORTEN et al., 1979 apud JOUGLARD; BOARD, 2000, p.1 ).
Na
interpretação de Vasconcelos (1993, apud BATISTA et al, 2005, p.1) os animais
acometidos do mal, convalescentes e sadios são os principais responsáveis pela
persistência de focos da doenças. Isso porque permanecem infectados por
muito tempo, por não apresentarem os
sinais característicos e por estarem em constante deslocamento, tornando-se
“reservatórios do agente no ambiente”.
A persistência
do agente na natureza e o elevado potencial de infecção são assegurados pela
diversidade de identidades sorológicas, a multiplicidade de espécies
hospedeiras e o relativo grau de sobrevivência no ambiente sem parasitismo (em
condições de alto grau de umidade, proteção contra raios solares, temperaturas
adequadas e pH neutro ou levemente alcalino), ainda que as leptospiras
patogênicas não se multipliquem fora do organismo dos hospedeiros (CÔRTES, 1993,
apud MASCOLLI et al, 2005, p.25)).
Sabendo-se
da importância dos cães na transmissão de leptospirose ao homem e da
prevalência da leptospirose nestes animais; os sorovares mais prevalentes
avaliaram-se alguns fatores de risco para a ocorrência da doença que serão
apresentados a seguir.
Fatores de Risco
Segundo
Magalhães (2007 apud Benitez, 2010, p.192) cães, sem donos ou de proprietários relapsos,
ingerem água e restos de alimentos
contaminados com a urina de roedores infectados, correndo um risco muito grande
de se infectarem .
“A
água tem papel primordial na difusão e manutenção das leptospiras na natureza e
assume uma particular importância na transmissão da doença”, que ocorre por
meio do contato com essa água
contaminada de qualquer origem (SILVA, 2006, p.783).
Querino
et al (2003) alerta que o crescimento
urbano desordenado, falta de saneamento
básico com consequente proliferação de animais portadores de leptospiras, podem ser
responsáveis pelo aumento da ocorrência do agente.
Segundo
Coiro et al (2011, p. 396) a leptospirose está espalhada pelo mundo e é
considerada como uma infecção emergente. Aqui no Brasil, ela aumenta no período
das chuvas devido aos alagamentos que acontecem em áreas urbanas, sendo comum
surgirem surtos epidêmicos. Os autores ainda esclarecem que animais domésticos e silvestres podem se tornar portadores e
contribuir para a disseminação das leptospiras na natureza por meio da
eliminação do agente pela urina, contaminando
águas de qualquer origem e em ambientes com condições precárias de
higiene.
Aguiar (2007 p. 74) adverte que cães alimentados com ração comercial têm maiores chances de
adquirir a infecção que os alimentados com dietas caseiras, sendo encontrado o mesmo resultado no meio
rural. O fato sugere que o armazenamento inadequado de razão pode favorecer a
existência de reservatórios de leptospira.
É
provável, que o hábito de caçar roedor, o acesso à rua, a presença de áreas
alagadiças, sejam fatores que estejam interligados, favorecendo a disseminação
da leptospirose entre os cães (QUERINO, et al, 2003, p.32)
Reforça-se
segundo Jouglard (2000. p. 184) a “água
contaminada é tida como principal responsável pela disseminação da leptospirose
a todo e qualquer organismo susceptível que com ela entre em contato”.
SILVA
(1998, apud JOUGLARD; BROD, 2000, p.185) alerta para o fato de populações que trabalham ou vivem em áreas
sujeitas a enchentes, em precárias condições de moradia ou de saneamento.
Famílias que vivem diariamente em contato com água ou esgotos contaminados pela
urina de roedores e assim expostos à leptospirose e outras doenças.
Metodologia
A metodologia utilizada para a elaboração de um trabalho consiste
nos passos que o pesquisador irá fazer para proceder à pesquisa. Toda
metodologia, em qualquer atividade, exige uma pesquisa. As pesquisas podem ser
direcionadas de diferentes formas e adquirem características específicas
dependendo do tipo de trabalho e objetivos a que se propõe.
De acordo com Gil (2007, p. 17), a pesquisa se define
como um “procedimento racional e sistemático” e visa encontrar respostas para
as questões formuladas. A pesquisa compõe-se de um processo o qual vai “desde a
formulação do problema até a apresentação e discussão dos resultados”.
Em
Gerhardt e Silveira (2009 ), Tartuce (2006) ensina que o conhecimento é um
processo dinâmico e inacabado, serve como referencial para a pesquisa tanto
qualitativa como quantitativa das relações sociais, como forma de busca de
conhecimentos próprios das ciências exatas e experimentais [...] e que o
objetivo básico da ciência não é o de descobrir verdades ou de se constituir
como uma compreensão plena da realidade. Deseja fornecer um conhecimento
provisório, que facilite a interação com o mundo, possibilitando previsões
confiáveis sobre acontecimentos futuros e indicar mecanismos de controle que
possibilitem uma intervenção sobre eles.
De
acordo com Fonseca (2002) também citado por Gerhardt e Silveira (2009) a
pesquisa bibliográfica é feita a partir do levantamento de referências teóricas
já analisadas, e publicadas por meios escritos e eletrônicos, como livros,
artigos científicos, páginas de web sites. Qualquer trabalho científico
inicia-se com uma pesquisa bibliográfica, que permite ao pesquisador conhecer o
que já se estudou sobre o assunto. Existem, porém, pesquisas científicas que se
baseiam unicamente na pesquisa bibliográfica, procurando referências teóricas
publicadas com o objetivo de recolher informações ou conhecimentos prévios
sobre o problema a respeito do qual se procura a resposta.
A
Metodologia utilizada para a elaboração deste trabalho será exclusivamente
bibliográfica sendo que o material a ser analisado será retirado da Internet,
tratando-se de artigos, dissertações, teses, Manual de Ciências e também
material disponibilizado pelo Ministério da Saúde sobre o assunto. Todo
material está devidamente referenciado.
RESULTADOS PARA A PREVENÇÃO DA LEPTOSPIROSE
A
falta de saneamento básico nas grandes cidades, principalmente nas favelas, e a
frequente exposição à contaminação ambiental durante as fortes chuvas e
enchentes são considerados os fatores fundamentais para a ocorrência das
epidemias de leptospirose em área urbana (TASSINARI et al., 2004).
A
leptospirose é uma doença relacionada à baixa condição socioeconômica e
precárias condições de infraestrutura e de serviços, que ficam ainda mais
debilitados em situações de desastres naturais causados por fortes chuvas
(VASCONCELOS et al., 2012).
Morikawa
(2009 apud SOUZA, 2011, p.12) ensina que “as Leptospiras são bactérias Gram
Negativas, espiraladas, flexíveis e móveis, compostas de um cilindro
protoplasmático que se enrola ao redor de um filamento axial central” e que o envelope externo das Leptopiras se
compõe de lipopolissacarídeos que são bastante sensíveis à luz solar direta,
aos desinfetantes comuns e aos antissépticos. Segundo Levett
(2001 apud, OLIVEIRA; GUIMARÃES; MEDEIROS, 2009, p. 22) a imunização por meio de vacinas
é uma medida de prevenção possível tanto para a população humana quanto para os
reservatórios que transmitem a leptospirose ao homem. As autoras ainda afirmam que os animais
quando imunizados ainda eliminam
leptospiras pela urina, porém
em um tempo menor que os animais com a infecção
natural. (BRASIL, 2005; MCBRIDE et al., 2005)
De
acordo com a Guia de Vigilância e Saúde
(BRASIL, 2017), “as medidas de prevenção e controle devem ser direcionadas aos
reservatórios à melhoria das condições
de proteção dos trabalhadores expostos e das condições higiênico-sanitárias da
população”. È necessário também tomar
medidas adequadas no que diz respeito ao meio ambiente visando diminuir a
população dos roedores.
Além
do controle da população de roedores, o Guia de Vigilância recomenda segregação e tratamento de animais
produção de acordo com normas especificas;
criação de animais seguindo os
preceitos das boas práticas de manejo e posse responsável, cuidados quanto à
higiene tanto dos animais quanto dos locais; armazenamento apropriado dos
alimentos em locais inacessíveis aos
roedores; vedar possíveis esconderijos dos roedores; não deixar alimentos de
animais expostos por muito tempo;
acondicionamento adequado do lixo, manter terrenos limpos e murados
(BRASIL, 2017, p. 582-583).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A
lepstopirose é uma doença infectocontagiosa proveniente de condições
socioeconômicas precárias e que se propaga em ambientes úmidos e sem higiene.
Isso que dizer que a parte da
população que vive em favelas e em
lugares sem saneamento básico está mais sujeita a contrair a doença. O crescimento urbano desordenado propicia a
proliferação de roedores, agentes naturais de transmissão.
O clima tropical que vigora no país
favorece a ocorrência da doença uma vez que as leptopiras precisam de
determinada temperatura para sua sobrevivência.
O
cão por ser o hospedeiro mais próximo do homem torna-se o principal agente de
transmissão da leptospirose. È necessário observar as condições de saúde do
animal, a fim de detectar possíveis sinais clínicos, ainda que em alguns casos
não haja manifestações desses dados. As vacinas de imunização não apresentam
total eficácia, já que não eliminam a doença, apenas diminuem o tempo de transmissão das leptospiras.
Torna-se
fundamental, portanto, seguir as orientações no que diz respeito à prevenção,
como forma de evitar a doença; manter rigorosamente as condições de higiene e
sanitárias necessárias para afastar roedores, evitando sua proliferação, ou sua
proximidade, no caso de animais silvestres. Os cuidados com os animais de
estimação devem ser tomados de acordo com as orientações dos profissionais de
saúde.
Ressalta-se
a importância de manter áreas próximas às moradias limpas do mato e de entulho evitando
que possam servir de esconderijos tanto para os roedores, assim como locais de abrigos para cães errantes.
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