Às
vezes, eu saio na rua quando é
madrugada, para vadiar e mais nada, a não ser para respirar o ar liberto e
libertino, que me impôs o destino, santa inspiração dos meus pecados. Às vezes,
eu saio à rua quando é de madrugada, vou ao encontro do vento, que sopra a cada
momento, sem qualquer espaçada; vou ao encontro das luzes que brilham em cada
canto, de encontro ao próprio canto, que diz tudo e não diz nada.
Vou
ao encontro de Vênus, que brilha no infinito, mas recusa a ouvir meu grito, por
mais que lhe pareçaa aflito. Vou ao encontro dos olhos que brilham na
escuridão, ao calor de uma mulher, encanto e meia paixão; faço, às vezes,
serenatas, para cantar cenas gratas, que a vida me faz viver, para encantar teu
corpo, para te dar o prazer. Às vezes, eu bebo nos bares de cada esquina, encantado
com a graça do misto moça-menina, feita esguia, muito fina, para acender a
paixão; paixão esta que você sabe muito bem por quem. E a cada volta do corpo
em volta do próprio corpo, nos mais puros movimentos, curvas, paixões, sentimentos,
enchendo espaço de vida. Às vezes, olho nos olhos, no seu cabelo em desalinho,
para encalhar nos escolhos, ante tanto descaminho.
Perco-me
nos teus cabelos, dourados como o luar; e como me perco na magia Fo teus olhos,
dois sóis a iluminar, me perco nos teus espaços, nos teus braços, nos movimentos
perdidos em doces instantes, nos mais eternos momentos, na rima fácil, buscando
qualquer pretexto para sentir tudo e nada, na mais negra madrugada. quando saio
à rua para vadiar com a imagem tua, me perco, e não sei a hora de voltar, por
isso peço: amanheça logo para me encontrar com minha paixão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário