Recomeço
O
autor, Peter Singer, observa que o pluralismo reserva um espaço para o resgate
de um ideal estóico da dignidade moral em práticas da automodelação virtuosa
encontradas em discursos eruditos e em leituras de autoajuda. Isso pode
repercutir na formulação de uma verdadeira política pública de reversão de
práticas imorais e antiéticas. Embora pareça impossível reverter o consumismo
desenfreado, o sábio concilia elementos de autoeducação e autocontenção relevantes
na hora de formular estratégias morais e políticas para o presente.
O
estudioso afirma que isso só é possível em pessoas hígidas mentalmente. Pode-se
acrescentar: em pessoas sensíveis e de boa vontade, preocupadas com o destino
do mundo. Porém, pretender que os jovens se interessem pelo assunto a ponto de
realizarem mudanças é utópico, uma vez que a maioria deles ignora e despreza os
valores éticos e morais. Para revigorar o ideal de dignidade humana, faz-se
necessário que a humanidade lúcida restante apresente-o aos pequeninos, os
únicos, realmente capazes, devido à virtude e probidades ainda intactas de
proliferar em si mesmos e nos outros a cultura de uma vida mais ética, voltada
ao bem de todos.
Nesse
sentido, é essencial operar nas crianças a formação do juízo crítico reflexivo,
capaz de ajudá-las no discernimento entre o certo e o errado, o bem e o mal.
Fica a pergunta sobre a viabilidade de um novo contrato social com finalidades éticas.
Diante da realidade do mundo em que se constata a falta de ética em todas as dimensões do viver e fazer humanos, torna-se imprescindível um novo contrato social, visando aprimorar e desenvolver o sentido moral do comportamento e assim, influenciar a conduta humana. A formulação desse novo contrato, organizado e protagonizado por indivíduos hígidos mentalmente, deve ter a adesão de todos os segmentos da sociedade, inclusive o Estado na elaboração e cumprimento de leis mais justas e abrangentes a todos os cidadãos; as Instituições Religiosas, no sentido de colaborar na observância e disseminação dos princípios; os profissionais da Educação comprometidos com a verdadeira essência da profissão que é a de formar cidadãos plenos e capazes; e, principalmente, a família, que deve se encarregar de transmitir, e exemplificar, às crianças e jovens, todos os valores morais e éticos necessários para a sobrevivência harmônica da Humanidade. Somente dessa forma seria viável um novo contrato com finalidades éticas, começando pela base, incutindo nos pequeninos o sentido primordial da ética: a universalidade do Bem.Trabalho avaliativo apresentado à disciplina Ética do Curso de Letras - FAPAM -
Professor: Geová Nepomuceno
Créditos: Total, OK!
Lécia Conceição de Freitas
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