Título: A bolsa amarela
Autor(a): Lygia Bojunga
Editora: Cia das letras
Número de páginas:140
Editora: Skoob
Ano: 1998
RESENHA
A Bolsa Amarela é um livro da brasileira Lygia Bojunga, que demonstra que os livros infantis são ótimos também para adultos.Este é aquele tipo lindo de filme que trás ensinamentos e lições de vida tanto para crianças de 8 como para crianças de 80 anos. Quem narra a historia é Raquel, uma garota que tem três grandes desejos: Ser escritora, ser menino e ser adulta. Esses desejos são tão grandes que ela acaba tendo de arrumar um lugar para esconde-los e assim surge a bolsa amarela, em que ela esconde desde seus desejos até mesmo um Afonso, um galo saido de uma história escrita por ela mesma. Volta e meia os desejos acabam ficando maiores e por isso ela passa por maus bocados no decorrer do livro.
Ao se analisar o contexto em que a literatura infanto-juvenil se desenvolveu,
percebe-se que nele a função pedagógica sempre esteve muito presente. A ação
educativa do livro destacou-se, carregando consigo a função de dirigir e orientar
a criança, quase sempre sem a possibilidade de decidir e escolher o que ler. No Brasil, a partir de 1970, houve uma produção de livros para as
crianças e para os jovens, voltada para questionamentos dos valores sobre os
quais estava assentada a sociedade. Assim, formou-se uma literatura inquieta
que focava as relações entre a criança e o mundo em que ela vivia. Dentre
os autores dessa época, Lygia Bojunga Nunes, apreciada pela sua originalidade
de temas e pela capacidade de criar personagens que derrubam tais valores
burgueses, carregados de preconceitos e tabus.
Não só pelos temas que aborda – a morte, o suicídio, a família – Lygia
Bojunga também se destaca pela originalidade com que explora as variações de
uso da língua, conforme exemplificado no segundo capítulo.
Com o trabalho, mostrou-se a riqueza de abordagem literária que
se encerra no interior de A bolsa amarela, seja a partir de Raquel ou a partir
da análise do processo de busca de identidade pelo qual passa até sentir-se
feliz consigo mesma. É uma história cujo final não é o já conhecido nos contos
maravilhosos, “felizes para sempre”, mas fica aberto; há apenas a certeza de que
a menina aprendeu a conviver com as vontades e amadureceu como pessoa.
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