COMEÇAR PELO COMEÇO: O que temos que oferecer aos jovens?
Luiz Carlos de Freitas –
Professor titular da Faculdade de
Educação da UNIC
A EDUCAÇÃO
E O JOGO DE INTERESSES
O
texto Começar pelo começo: o que temos que oferecer aos jovens? traz uma
linguagem simples, e se dispõe em
paragráfos com uma progressão textual que facilita o entendimento. Trata do
embate entre os educadores e os reformadores empresariais, sobre um sistema
educacional de qualidade no país. Os reformadores empresariais defendem uma
educação em que basta as matrizes de referências com seus testes de habilidade
sobre o considerado básico do português, matemática e ciências, para a formação
de mão de obra. Do outro lado, o autor apresenta os educadores como profissionais empenhados em proporcionar uma
educação de qualidade com toda a sua capacidade de desenvolvimento formativo, principalmente
para as camadas populares que têm apenas uma oportunidade de frequentarem a
escola. Essa decisão aceita que a escola forme cidadãos de segunda categoria ao
ensinar apenas o básico e cidadãos de primeira categoria para quem o ciclo
educacional se expande para além do básico, em escolas privadas. O autor aponta
que a situação, deve-se aos interesses
dos empresários com o apoio da mídia que argumentam a não objetividade dos
professores por serem ideólogos, e o contra ponto dos reformadores empresariais
que se julgam objetivos e sem ideologias.
O
autor aponta que em vários países a
configuração da escolarização caminha para reservar as escolas públicas
estatais para os pobres aprenderem mal o básico e as escolas privadas para os
ricos. E para a classe média a criação de uma escola “pública não estatal
intermediária, que possa ir além do
básico”. O autor finaliza afirmando que
isso “é muito diferente de uma educação de qualidade para todos”, e que os
testes e indicadores educacionais têm cumprido sua função de esconder o debate
qualificado sobre os fins da educação nacional. Sendo assim a educação de
qualidade para as camadas populares é só uma promessa para o futuro.
Excelente
texto que deve ser lido pelos
profissionais da educação e por todos interessados, uma vez que esclarece sobre
quem define os caminhos a serem tomados na elaboração das políticas públicas
educacionais: os interesses em jogo e a posição da mídia, oportunizando
posicionamentos. Entende-se que o texto traz uma panorâmica sobre o sistema
educacional no país, e que atinge
principalmente aos menos favorecidos.
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