Aqui, nessa parte parte do bairro, quase não se ouve a civilização. De vez em quando o barulho dos aviões invade meu silêncio. Mas são apenas uns teco-tecos convidando para viajar. Os fiéis já encerraram seus hinos da missa de domingo. A claridade morna atesta, pela quina da porta, que o verão está indo lá pra cima e o sol amarelo me traz o suave do outono. De vivaz, apenas as risadas cristalinas da criancinha ao lado. Às vezes, a voz forte do pai. Pelo sossego, acho que a cachorrada está cochilando para compensar a noite em vigília, seu ofício. Eu olho em volta e percebo todas as coisas em seus lugares. Tudo acontece naturalmente. Eu desejo o bem para todos. Paro e penso: apesar do mundo lá fora, de tanta coisa, aqui há paz. E eu estou feliz!
Lecia Freitas
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