terça-feira, 17 de abril de 2018


Do amor que se apresentou trazendo cheiros de volúpia e jasmim, com cores e gosto de gravatá, ainda permanece à força da enormidade, a poder da saudade. Mesmo que esfarelando em pó nos fundos das gavetas, nos escaninhos revisitados, nas fotos amareladas, esgarçadas, rotas, por tanto, em mãos. Enquanto me olhas, mudo, eu percebo, entre os vincos do papel velho e no sorriso que já não diz nada, as lembranças rodopiando à minha volta, as nossas vozes gritando que não adianta. Que sempre, em algum lugar, vão estar espreitando, feito espinhos, os cheiro, as cores, o gosto, a vontade...

Lécia Freitas






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