sexta-feira, 3 de agosto de 2018

Criamos mundos imaginários nos quais nos abrigamos a cada tipo de tempestade que nos atinge. Temos poder sobre esses mundos. Podemos dirigi-los de acordo com nossas necessidades e exterminá-los quando nossas angústias se findam. Algumas pessoas conseguem viver em mundos assim para todo sempre. Esperam indefinidamente que o mundo real se apresente como desejam, o que nunca acontece. E assim não vivem, de fato. Porque o mundo real não acontece de acordo com o que queremos. Não temos poder algum sobre ele. Pelo contrário: ele governa nossas vontades que vamos moldando, adequando, de acordo com nossas necessidades. Quando não conseguimos é quando falhamos. As armas que criamos para enfrentar o mundo real, variam de acordo com nossa capacidade tanto de enfrentamento, quanto de adequação. Isso diz muito de nossa força, de nossa sanidade mental. Dos mundo imaginários conseguimos sair por várias brechas. Do mundo real só há uma e apenas os desesperançados, os perdedores, saem por vontade própria. Entretanto, muitas vezes, quando em processo de imaginação absurda é quando percebemos o mundo com absoluta lucidez.

Lécia Freitas



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