Eu pedi àquele moço que me ajudasse a olhar o mundo porque havia uma emoção esparramada em tudo e era tão grande que não cabia nos meus olhos tão mortais. Eu pedi que me ajudasse a sentir. Mas o que ele sentia era como um areal, seco de tudo. Não existia vida, não existia nada. Eu percebi isso e então, para proteger a minha emoção fui andando de "fasto", sem dar-lhe as costas. Porque é perigoso dar as costas a algo que não se conhece bem. E porque seria necessário manter aquela imagem tão árida que me feria a retina, que me feria a alma, para que sofresse muito, tudo. Até se esgotar de vez.
Lecia Freitas
Nenhum comentário:
Postar um comentário