O pensamento econômico passou por diversas
fases, que se diferenciam amplamente, com muitas discrepâncias e oposições. No
entanto, a evolução deste pensamento pode ser dividida em dois grandes
períodos: Fase Pré-Científica e Fase Científica Econômica.
A
fase pré-científica é composta por três subperíodos. A Antiguidade Grega, que
se caracteriza por um forte desenvolvimento nos estudos político-filosóficos. A
Idade Média ou Pensamento Escolástico, repleta de doutrinas teológico-filosóficas
e tentativas de moralização das atividades econômicas. E, o Mercantilismo, onde
houve uma expansão dos mercados consumidores e, consequentemente, do comércio.
A
fase científica pode ser dividida em Fisiocracia, Escola Clássica e Pensamento
Marxista. Esta primeira pregava a existência de uma "ordem natural",
onde o Estado não deveria intervir nas relações econômicas. Os doutrinadores
clássicos acreditavam que o Estado deveria intervir para equilibrar o mercado
(oferta e demanda), através do ajuste de preços. Já o marxismo critava a
"ordem natural" e a "harmonia de interesses" (defendida
pelos clássicos), afirmando que tanto um como outro resultava na concentração de
renda e na exploração do trabalho.
Com
o aumento da complexidade social e da escassez, tornou-se mister a existência
de um estudo com o objetivo de, com o desenvolvimento tecnológico, satisfazer
um maior número de pessoas e/ou necessidades, trabalhando sob o plano da
optimização, racionalização e do planejamento.
Apesar das
importantes contribuições dos pensadores gregos e romanos ao desenvolvimento do
pensamento econômico, todos esses filósofos estiveram atados à filosofia e à
política. Todas as obras nitidamente econômicas se baseavam em princípios
morais e políticos, carecendo de aspectos científicos.
Com a
decadência de Grécia e Roma deu-se início à Idade Média, caracterizada por uma
nova fase da economia e da cultura, onde a igreja controlava o poder político e
econômico. O pensamento econômico ainda não tinha se tornado independente dos
estudos político-filosóficos, igualmente como ocorria na antiguidade
greco-romana.
Com o
crescimento demográfico e um conseqüente excesso de oferta de mão-de-obra,
houve um aumento na produção que desenvolveu as cidades e o comércio
internacional, mobilizando grandes capitais. Por isso, surgiram vários
elementos característicos da economia moderna como por exemplo a divisão do
trabalho, o sistema bancário, diversas formas de associação, que se
desenvolveram no decorrer da evolução do pensamento econômico..
Procurando equilibrar as relações de mercado, protegendo os
consumidores e os produtores de menor escala, a Igreja regulou o mercado de
forma que a ética estaria presente em todos os momentos. Deste modo, a livre
iniciativa e a concorrência tornavam-se perigosas, pois os mais poderosos
dominariam os mais fracos, havia um combate à usura que por sua vez era
considerada imoral. A cobrança de juros era condenada, pois acreditava-se que o
que gerava riqueza era o trabalho árduo e a natureza e não a extorsão de bens
do devedor por parte do credor. A propriedade privada era considerada legítima
desde que estivesse subordinada ao bem comum.
A igreja
procurou moralizar o comércio, valorizando a dignidade do trabalho, condenando
os juros, buscando o "justo preço", o equilíbrio dos atos econômicos,
a moderação dos agentes econômicos e protegendo os mais fracos dos mais
poderosos.
Apesar de na
Idade Média ter surgido inovações no comércio, como por exemplo o combate à
usura, os salários justos, o "justo preço", será no Mercantilismo que
brotarão os primeiros princípios econômicos.
O mercantilismo
é marcado por um processo de expansão dos mercados consumidores e produtores de
matéria-prima, pela revolução comercial, pela centralização do comércio como
atividade econômica e pelo protecionismo e intervencionismo estatal na
economia.
O início da era
mercantilista foi marcado por diversas transformações intelectuais, religiosas,
comportamentais, políticas, geográficas e econômicas. As transformações
religiosas foram marcadas por exaltar o individualismo e a atividade econômica,
as de comportamento pela busca do bem-estar, as políticas pelo surgimento do
Estado Moderno, as geográficas pela ampliação do campo de atuação dos Estados
buscando a exploração de novas terras e a navegação para comercializar, as
econômicas pela mudança do eixo econômico mundial e a criação da moeda baseada
no ouro e na prata.
Considera-se
que o mercantilismo foi um período que possibilitou a transição de uma economia
regional para uma economia nacional. O comércio não mais se limitava às feiras
e às transações internas, mas voltava-se para o exterior, buscando o acúmulo de
capitais em função da prosperidade do Estado, mesmo que para isso fosse
necessário a exploração de outras terras.
Apesar de não
ser bastante significativa a contribuição do mercantilismo à ciência econômica,
foram difundidas algumas idéias importantes, de modo isolado, que acabaram
influenciando uma nova fase da evolução do pensamento econômico, a fase
científica da economia.
A fisiocracia
se constituiu numa corrente do pensamento econômico da Europa do século XVIII
que defendia a idéia de que todo valor deriva da terra e só ela é capaz de
produzir riqueza, assumindo uma posição clara de crítica ao mercantilismo.
Os fisiocratas
pregavam a liberdade de mercado, acreditando que o auto-interesse individual
está na base do funcionamento harmônico da economia, motivo pelo qual combatiam
as medidas intervencionistas do governo.
A passagem
faz-se através de transformações na propriedade. Atingida a sociedade
comercial, só existe uma fonte de crescimento econômico, a divisão do trabalho.
A era clássica
teve como inicio uma reação às opiniões mercantilistas que impeliu o pensamento
econômico para uma fase de transição. Durante esta fase o homem de negócios foi
exposto como o principal investigador em questões econômicas e começaram a
aparecer vagarosamente a altitude e a abordagem metodológica que mais tarde
caracterizariam os escritos da era clássica. A altitude que recém emergia era
de liberdade crescente, o povo começava a pensar que a maior liberdade em
relação às restrições governamentais seria vantajosa para si e para economia.
Esta atitude refletia a idéia que se desenvolvia aos poucos, de que o sistema
econômico é um organismo autônomo de alta geração que não exige administração
vinda de cima, funcionando melhor quando pode regular-se por si próprio. Também estava obtendo aceitação uma
filosofia hedonista de ganho material e prazeres, em oposição ao ponto de vista
medieval da virtude na renuncia material. De acordo com esta filosofia, a
prodigalidade não sendo imoral torna-se a vida do comercio, o progresso
econômico depende do alto interesse e de níveis mais elevados de consumo
pessoal.
Para Marx, a
consciência social era determinada pela existência social, ou seja, a
superestrutura política, jurídica, religiosa, moral e filosófica de uma sociedade
é determinado em uma instância, por sua base econômica. Sua obra daria certa
estatura de maturidade ao pensamento socialista do século XIX.
A história da
humanidade não era senão a história da luta de classes. Segundo essa doutrina
caberia à classe mais fraca o papel de transformar revolucionariamente a
sociedade.
Partindo da teoria clássica do valor, Marx chegou a definir, com
envolvimentos teóricos de aparência definitiva, a parcela do produto nacional
resultante do trabalho e indevidamente apropriada pelos empresários
capitalistas.
Na analise das
diversas teorias desenvolve Marx muitas vezes elaborações teóricas próprias,
relativas a problemas que até hoje continuam a ter maior atualidade, como a
nacionalização da terra, o trabalho produtivo e improdutivo e as raízes das
crises do capitalismo. Segundo uma visão abrangente, as teorias são
relacionadas com a filosofia que lhes serve fundamento e com vários aspectos do
contexto social em que se situam.
Marx construiu
um engenhoso modelo, procurando demonstrar ainda que as sociedades estão
sujeitas a uma constante transformação histórica e que os clássicos erraram ao
admitir que a ordem natural do sistema capitalista conduziria a estabilização e
ao crescimento econômico, pois as forças que criaram essa ordem procura
estabiliza – la sufocando o crescimento de novas forças que ameaçava até que
esta nova força finalmente se afirme e realize suas aspirações.
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