quinta-feira, 9 de janeiro de 2020

O PENSAMENTO ECONÔMICO


         O pensamento econômico passou por diversas fases, que se diferenciam amplamente, com muitas discrepâncias e oposições. No entanto, a evolução deste pensamento pode ser dividida em dois grandes períodos: Fase Pré-Científica e Fase Científica Econômica.
            A fase pré-científica é composta por três subperíodos. A Antiguidade Grega, que se caracteriza por um forte desenvolvimento nos estudos político-filosóficos. A Idade Média ou Pensamento Escolástico, repleta de doutrinas teológico-filosóficas e tentativas de moralização das atividades econômicas. E, o Mercantilismo, onde houve uma expansão dos mercados consumidores e, consequentemente, do comércio.
            A fase científica pode ser dividida em Fisiocracia, Escola Clássica e Pensamento Marxista. Esta primeira pregava a existência de uma "ordem natural", onde o Estado não deveria intervir nas relações econômicas. Os doutrinadores clássicos acreditavam que o Estado deveria intervir para equilibrar o mercado (oferta e demanda), através do ajuste de preços. Já o marxismo critava a "ordem natural" e a "harmonia de interesses" (defendida pelos clássicos), afirmando que tanto um como outro resultava na concentração de renda e na exploração do trabalho.
            Com o aumento da complexidade social e da escassez, tornou-se mister a existência de um estudo com o objetivo de, com o desenvolvimento tecnológico, satisfazer um maior número de pessoas e/ou necessidades, trabalhando sob o plano da optimização, racionalização e do planejamento.
            Apesar das importantes contribuições dos pensadores gregos e romanos ao desenvolvimento do pensamento econômico, todos esses filósofos estiveram atados à filosofia e à política. Todas as obras nitidamente econômicas se baseavam em princípios morais e políticos, carecendo de aspectos científicos. 
            Com a decadência de Grécia e Roma deu-se início à Idade Média, caracterizada por uma nova fase da economia e da cultura, onde a igreja controlava o poder político e econômico. O pensamento econômico ainda não tinha se tornado independente dos estudos político-filosóficos, igualmente como ocorria na antiguidade greco-romana.
            Com o crescimento demográfico e um conseqüente excesso de oferta de mão-de-obra, houve um aumento na produção que desenvolveu as cidades e o comércio internacional, mobilizando grandes capitais. Por isso, surgiram vários elementos característicos da economia moderna como por exemplo a divisão do trabalho, o sistema bancário, diversas formas de associação, que se desenvolveram no decorrer da evolução do pensamento econômico..
Procurando equilibrar as relações de mercado, protegendo os consumidores e os produtores de menor escala, a Igreja regulou o mercado de forma que a ética estaria presente em todos os momentos. Deste modo, a livre iniciativa e a concorrência tornavam-se perigosas, pois os mais poderosos dominariam os mais fracos, havia um combate à usura que por sua vez era considerada imoral. A cobrança de juros era condenada, pois acreditava-se que o que gerava riqueza era o trabalho árduo e a natureza e não a extorsão de bens do devedor por parte do credor. A propriedade privada era considerada legítima desde que estivesse subordinada ao bem comum.
            A igreja procurou moralizar o comércio, valorizando a dignidade do trabalho, condenando os juros, buscando o "justo preço", o equilíbrio dos atos econômicos, a moderação dos agentes econômicos e protegendo os mais fracos dos mais poderosos.
            Apesar de na Idade Média ter surgido inovações no comércio, como por exemplo o combate à usura, os salários justos, o "justo preço", será no Mercantilismo que brotarão os primeiros princípios econômicos.
            O mercantilismo é marcado por um processo de expansão dos mercados consumidores e produtores de matéria-prima, pela revolução comercial, pela centralização do comércio como atividade econômica e pelo protecionismo e intervencionismo estatal na economia.
            O início da era mercantilista foi marcado por diversas transformações intelectuais, religiosas, comportamentais, políticas, geográficas e econômicas. As transformações religiosas foram marcadas por exaltar o individualismo e a atividade econômica, as de comportamento pela busca do bem-estar, as políticas pelo surgimento do Estado Moderno, as geográficas pela ampliação do campo de atuação dos Estados buscando a exploração de novas terras e a navegação para comercializar, as econômicas pela mudança do eixo econômico mundial e a criação da moeda baseada no ouro e na prata.
            Considera-se que o mercantilismo foi um período que possibilitou a transição de uma economia regional para uma economia nacional. O comércio não mais se limitava às feiras e às transações internas, mas voltava-se para o exterior, buscando o acúmulo de capitais em função da prosperidade do Estado, mesmo que para isso fosse necessário a exploração de outras terras.
            Apesar de não ser bastante significativa a contribuição do mercantilismo à ciência econômica, foram difundidas algumas idéias importantes, de modo isolado, que acabaram influenciando uma nova fase da evolução do pensamento econômico, a fase científica da economia.
            A fisiocracia se constituiu numa corrente do pensamento econômico da Europa do século XVIII que defendia a idéia de que todo valor deriva da terra e só ela é capaz de produzir riqueza, assumindo uma posição clara de crítica ao mercantilismo.
            Os fisiocratas pregavam a liberdade de mercado, acreditando que o auto-interesse individual está na base do funcionamento harmônico da economia, motivo pelo qual combatiam as medidas intervencionistas do governo.
            A passagem faz-se através de transformações na propriedade. Atingida a sociedade comercial, só existe uma fonte de crescimento econômico, a divisão do trabalho.
            A era clássica teve como inicio uma reação às opiniões mercantilistas que impeliu o pensamento econômico para uma fase de transição. Durante esta fase o homem de negócios foi exposto como o principal investigador em questões econômicas e começaram a aparecer vagarosamente a altitude e a abordagem metodológica que mais tarde caracterizariam os escritos da era clássica. A altitude que recém emergia era de liberdade crescente, o povo começava a pensar que a maior liberdade em relação às restrições governamentais seria vantajosa para si e para economia. Esta atitude refletia a idéia que se desenvolvia aos poucos, de que o sistema econômico é um organismo autônomo de alta geração que não exige administração vinda de cima, funcionando melhor quando pode regular-se por si próprio.             Também estava obtendo aceitação uma filosofia hedonista de ganho material e prazeres, em oposição ao ponto de vista medieval da virtude na renuncia material. De acordo com esta filosofia, a prodigalidade não sendo imoral torna-se a vida do comercio, o progresso econômico depende do alto interesse e de níveis mais elevados de consumo pessoal.
            Para Marx, a consciência social era determinada pela existência social, ou seja, a superestrutura política, jurídica, religiosa, moral e filosófica de uma sociedade é determinado em uma instância, por sua base econômica. Sua obra daria certa estatura de maturidade ao pensamento socialista do século XIX.
            A história da humanidade não era senão a história da luta de classes. Segundo essa doutrina caberia à classe mais fraca o papel de transformar revolucionariamente a sociedade.
Partindo da teoria clássica do valor, Marx chegou a definir, com envolvimentos teóricos de aparência definitiva, a parcela do produto nacional resultante do trabalho e indevidamente apropriada pelos empresários capitalistas.
            Na analise das diversas teorias desenvolve Marx muitas vezes elaborações teóricas próprias, relativas a problemas que até hoje continuam a ter maior atualidade, como a nacionalização da terra, o trabalho produtivo e improdutivo e as raízes das crises do capitalismo. Segundo uma visão abrangente, as teorias são relacionadas com a filosofia que lhes serve fundamento e com vários aspectos do contexto social em que se situam.
            Marx construiu um engenhoso modelo, procurando demonstrar ainda que as sociedades estão sujeitas a uma constante transformação histórica e que os clássicos erraram ao admitir que a ordem natural do sistema capitalista conduziria a estabilização e ao crescimento econômico, pois as forças que criaram essa ordem procura estabiliza – la sufocando o crescimento de novas forças que ameaçava até que esta nova força finalmente se afirme e realize suas aspirações.









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