Recomendo
a todos que gostam, e precisam conviver com crianças, o livro "COMO AMAR UMA
CRIANÇA", de Janusz Korczak . É um livro belo, sensível, perspicaz e pleno
de amor. Korczak morreu em Treblinka, em 1942, junto com as 200 crianças do
orfanato que ele dirigia em Varsóvia.
..."Você diz: "Meu
filho."
Quando , senão apenas durante a
gravidez, você terá o direito de dizê-lo? A batida de um coração tão pequeno
como o caroço de um pêssego faz eco no seu pulso. É a sua respiração que lhe
fornece o oxigênio. Um sangue comum a você circula em ambos, e nenhuma destas
gotas vermelhas sabe ainda se ela será sua ou dele, ou se, será derramada, será
preciso que morra em sacrifício ao mistério da concepção e do nascimento. Este
pedaço de pão que você está mastigando é material para a construção das pernas
sobre as quais ele correrá , da pele que o recobrirá, dos olhos com os quais
ele olhará o mundo, do cérebro onde o pensamento brilhará, das mãos que
estenderá para você e do sorriso com o qual ele chamará "mamãe".
Juntos vocês irão viver um momento
decisivo; juntos sofrerão uma mesma dor. O despertador tocará: pronto.
E vocês dirão ao mesmo tempo - ele:
"Eu quero viver minha vida";e você "Viva a sua vida".
Com poderosas contrações das suas
entranhas você o expulsará sem se preocupar com o sofrimento dele, e ele abrirá
o seu próprio caminho com força e decisão, também sem se preocupar com o
sofrimento de sua mãe.
Ato brutal.
Na realidade, não. Você e ele
executarão mil movimentos imperceptíveis, maravilhas de habilidade, de
sutileza, a fim de que, tomando cada um a sua parte de vida, não tomem além do
que é devido a cada um, segundo uma lei universal e eterna.
- Meu filho.
Não, nem nos meses de gravidez, nem
nas horas de nascimento a criança não é sua..."
Vou ler este livro. E mãe? Esse texto é seu?
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