sexta-feira, 23 de maio de 2014

O FILME "NELL" - TRABALHO SOBRE LINGUÍSTICA

INTRODUÇÃO

      No estudo do filme “Nell”, é possível analisar a importância do conhecimento do meio linguistico para a comunicação humana eficaz. Nell, a protagonista, com sua mãe e uma irmã gêmea, falecida ainda criança, vivem isoladas do mundo real. A mãe apresenta problemas de articulação da fala, e por  ser o único contato social de Nell, é a referência na aquisição da própria linguagem, o que gera um dialeto próprio e de difícil entendimento.
Nell é descoberta pelo médico, Dr. Lovell, que se interessa pelo seu caso. Com o passar do tempo, eles conseguem se comunicar e a interação de Nell com outras pessoas possibilita uma comunicação cada vez melhor.
    As autoridades responsáveis queriam interná-la em um hospital por considerá-la dependente e incapaz de se cuidar sozinha. Porém, o Juiz permitiu um prazo de três meses, para que o médico, Dr. Lovell, e sua psicóloga, Drª Paula, que cuidavam do caso, observassem Nell e avaliassem suas condições de sobrevivência. O tempo foi suficiente para que eles reconhecessem as capacidades de Nell e lutaram por isso, mas a Justiça insistia no julgamento.
      Durante a audiência, no tribunal, Nell consegue através da interpretação de seu dialeto, pelo Dr. Lovell, convencer a todos de sua autonomia e maturidade.
Nell adquire, portanto, o direito de morar sozinha em sua casa – na floresta – onde sempre viveu feliz.

 RESUMO

O FILME “NELL”

       O filme trata de uma mulher, de cerca de trinta anos, que foi criada na floresta, longe de toda sociedade e civilização, tendo contato somente com sua mãe e sua irmã gêmea, falecida entre seis e dez anos de idade. Provavelmente, a mãe de Nell sofrera um derrame e, por isso, tinha uma fala singular. Escondia-se do mundo, na floresta, por ter sido vítima de um estupro e não tinha parentes para lhe amparar. Sendo assim, Nell viveu uma vida simples, embora fosse proprietária das terras onde morava. Possuía um dialeto próprio, inspirado nas dificuldades das fala da mãe e da própria vivência.
     Certo dia, o rapaz que fazia a entrega de mantimentos para a Sra. Kelty, mãe de Nell, encontrou-a morta no chão da cabana. Ele voltou correndo para a cidade e avisou a polícia. O Dr. Lovell, o médico encarregado de constatar a morte da senhora, ao circular pela cabana, encontrou Nell que ficou muito assustada.
A partir daí, o caso de Nell tornou-se curioso e interessante para o médico e para os outros a quem ele pediu ajuda. O que fazer com Nell? Ela era capaz de viver sozinha na floresta? Deveria ser internada em um hospital? Seria autista, deficiente mental, louca? A trama do filme gira em torno dessa decisão.
       As autoridades queriam interná-la, mas o Dr. Lovell insistiu na defesa de Nell conseguindo um prazo de três meses em que ele e a Drª Paula (psicóloga) passaram a observar o comportamento de Nell no seu cotidiano. Inicialmente suas opiniões eram antagônicas, mas durante a observação tentaram um consenso. A  aproximação de Nell e a descoberta do que acontecera realmente com a jovem, provocou no médico e na psicóloga uma reflexão sobre as diferentes possibilidades que poderiam ter em suas vidas.
Durante a audiência em que as autoridades decidiram seu destino, depois de muito tempo em silencio, pois estava com saudades da floresta, Nell resolveu falar. Aospucos com a ajuda do Dr. Lovell que traduzia seu dialeto, ela explicou ao tribunal que a floresta era o seu lugar, sua vida era simples e solitária, porém era feliz e se sentia protegida. Nesse momento fica evidente sua desenvoltura, autonomia e maturidade. Nell consegue convencer o juiz e retorna ao lar.
      Na última cena, Nell está em sua casa, no meio da floresta, comemorando seu aniversário, com os novos amigos: o policial com a esposa, o Dr. Lovell com a esposa, Drª Paula, e sua filhinha Ruthie.

CONCLUSÃO

       Nesse trabalho observa-se a importância de compartilhar um código para que seja eficaz a comunicação entre os falantes. A linguagem de Nell é decisiva nos acontecimentos apresentados no filme. Ela adquiriu linguagem própria a partir do contato com sua mãe que sofria uma espécie de paralisia facial. Assim, Nell reproduzia as mesmas dificuldades que a mãe tinha para falar, mesmo não tendo paralisia facial. Nesse sentido, podem ser comprovadas as teorias linguísticas de aquisição da fala pelo contato social.
     Ao interagir com o médico e a psicóloga, inicialmente, apresentou sérios problemas de comunicação verbal; entretanto, à medida que aconteciam as interações, ela passa a acumular conhecimentos linguísticos, ampliando seu léxico, restrito até então por ter se comunicado apenas com sua mãe.
     Outra questão apresentada no filme é a não civilização de Nell, um comportamento distinto e uma falta de sociabilidade; enfim, Nell não possuía os requisitos padronizados para se viver em sociedade. Deve-se considerar, no entanto, os rituais que ela praticava, como cuidar do corpo da mãe já morta, o retorno ao local onde sua irmã estava sepultada e os banhos de rio à noite. Esses hábitos sugerem o condicionamento social vigente que, mesmo isolada, mantinha a tradição cultural de um grupo, não sendo, portanto, uma selvagem. No desenrolar da trama, evidencia-se uma forma de comunicação maior, universal, a linguagem humana que envolve todos os sentimentos e tudo que está em torno do homem.

4. BIBLIOGRAFIA

Ficha técnica Nell (Nell)
País/Ano de produção: EUA,1994
Duração/Gênero: 115min., Drama
Direção de Michael Apted
Roteiro de Willian Nicholson e Mark Handley
Elenco:  Jodie Foster, Liam Neeson, Miranda Richardson, Robin Mullins, Richard Libertini, Nick Sersi
Disponível em:
<http://www.ebah.com.br/resumo-filme-nell-doc-a33377.html>
Acesso em: 16 de maio de 2010 

Trabalho apresentado para avaliação do rendimento da disciplina Linguistica do 1º Período do Curso de Letras - FAPAM - Professora Cristina Mara
Crédito: Muito Bem!

                                                                                                                  Lécia Freitas


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