5.6.3 Aforismos
Conceitua-se aforismo, segundo Cegalla (2005, p. 37), como um “dito, uma sentença, um provérbio.) O que é dito e subentendido, além da beleza contidos nos dizeres, acrescem-se à poética da linguagem de Guimarães Rosa. A citação extensa justifica-se diante do exposto e da sua importância na estética da obra:
gerais corre em volta. Esses gerais são sem tamanho. Enfim, cada um o que quer aprova, o senhor sabe: pão ou pães, é questão de opiniães... O sertão está em toda a parte. (ROSA, 2006, pág.08)
Mire veja: o mais importante e bonito, do mundo, é isto: que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas – mas que elas vão sempre mudando. Afinam ou desafinam. Verdade maior. É o que a vida me ensinou. (ROSA, 2006, pág.23)
A colheita é comum, mas o capinar é sozinho. (ROSA, 2006, pág.58)
Deus existe mesmo quando não há. Mas o demônio não precisa de existir para haver. (ROSA, 2006, p. 60)
O sertão é do tamanho do mundo. (ROSA, 2006, pág.73)
Tem horas em que penso que a gente carecia, de repente, de acordar de alguma espécie de encanto. (ROSA, 2006, pág.84)
Sertão é o sozinho... Sertão: é dentro da gente. (ROSA, 2006, pág.270)
Mestre não é quem sempre ensina, mas quem de repente aprende. (ROSA, 2006, pág.271)
Vivendo, se aprende; mas o que se aprende, mais, é só a fazer outras maiores perguntas (ROSA, 2006, pág.363). O rio não quer ir a nenhuma parte, ele quer é chegar a ser mais grosso, mais fundo (ROSA, 2006, pág.382). Pouco se vive, e muito se vê... – Um outro pode ser a gente; mas a gente não pode ser um outro, nem convém. (ROSA, 2006, p. 460)Nonada. O diabo não há! É o que eu digo, se for... Existe é homem humano. Travessia. (ROSA, 2006, p.608).
Os aforismos, presentes na obra Grande Sertão: Veredas, são de uma beleza e de uma verdade filosófica indubitáveis, o que os tornaram de domínio público, sendo publicados em diversos veículos de comunicação
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