INTRODUÇÃO
Apresenta-se
neste trabalho um resumo de apostilas que trata sobre a formação de docentes,
seja a formação “inicial” ou a “continuada”.
Os textos esclarecem sobre as noções dessa
formação, as inadequações de termos e como ela se configura atualmente.
Elucida, também, sobre a formação docente na América Latina e no Caribe.
Além disso, cita-se sobre a formação de
professores da Educação Infantil e suas especificidades, com dados e argumentos
de estudiosos do assunto.
. O
embasamento se dá através de Leis, Decretos e Pareceres citados.
FORMAÇÃO INICIAL
Segundo a autora Márcia Angela da Silva Aguiar, é a
denominação dada à formação de docentes para o magistério da educação básica
que se efetiva em cursos de formação de professores, mediante um currículo
direcionado ao exercício profissional. A formação de professores suscita
questões no campo da discussão teórica, da prática pedagógica e da legislação
educacional, uma vez que entre as posições conflitantes, uma visualiza a formação de professores como profissionais
competentes para o mercado de trabalho; a outra situa a formação de docentes
como educadores com sólida preparação cultural,
científica, e política e não apenas profissional. As entidades
acadêmicas convergem para a última posição por pugnarem por uma educação
emancipadora.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
dispõe que, para a formação de docentes, a
educação será ministrada em instituições de ensino superior, públicas e privadas,
com variados graus de abrangência ou especialização. Em decorrência, o Decreto
nº 2.207/1997 classificou os tipos de instituição de ensino superior do Sistema
Federal de ensino quanto à sua organização acadêmica em: universidades, centros universitários, faculdades integradas,
faculdades, institutos superiores ou escolas superiores.
No que concerne à formação de professores para a
educação infantil e para as quatro séries do ensino fundamental, a lei admite
seu preparo, em nível médio, na modalidade normal, por meio do Parecer CNE/CEB
nº 01/1999. Contudo, a Lei de Diretrizes e Bases dá primazia à formação de
professores no ensino superior, ao dispor que até o fim da Década da Educação
somente serão admitidos professores habilitados em nível superior ou formados
por treinamento em serviço.
O Decreto nº 3.275/1999 definiu o Curso Normal
Superior como espaço exclusivo para a formação dos professores de Educação
Básica, gerando insatisfações na comunidade acadêmica e nos sindicatos de profissionais da área, que
reivindicaram do Executivo Federal a anulação dessa prerrogativa. Após outros
embates, Pareceres e Decretos, os artigos 62, 63, e 64 da LDB, que tratam da formação de
profissionais da educação, o Decreto nº 3.554/2000, não deixam dúvidas da opção
do legislador pela formação inicial em
nível superior para todos os docentes.
FORMAÇÃO CONTINUADA
De acordo com o autor, Júlio Emílio Diniz Pereira, a noção de formação de professores foi, por
muito tempo, restrita ao atendimento a cursos de preparação de professores nas
universidades, nas instituições de ensino superior ou de ensino médio (Curso
Normal). A partir da segunda metade dos
anos oitenta, começa a ganhar força a ideia de que a formação de professores
não termina com a conclusão do curso preparatório dividindo-se em duas etapas:
a formação “inicial” e a “continuada”. Isso porque há no Brasil um enorme
contingente de pessoas que ao ingressar em um curso ou programa de formação
docente, em uma instituição superior, já atua no magistério. A chamada formação
continuada, tornou-se uma expressão conhecida, no Brasil, surgindo, então,
diversas críticas a essa visão compartimentada de “degraus de formação”. Para
superar essa concepção de formação dos professores, sugeriu-se examinar a
formação docente como um processo que acontece em um continuun entre a formação “inicial” e a “continuada”. Tal ideia de
formação passou a ser cada vez mais difundida nos meios acadêmicos brasileiros.
Todavia, a formação continuada que se conhece
configura-se em ações isoladas, pontuais e de caráter eventual, predominando a
visão de oferta de cursos de curta duração, aperfeiçoamento ou reciclagem. Nos
cursos de pós-graduação lato sensu,
os temas e os conteúdos ali tratados não necessariamente refletem as
necessidades formativas dos docentes. Os certificados podem significar um pequeno aumento
percentual nos salários dos professores,
mas não trazem muitos ganhos para sua prática de ensino em sala de aula.
Ao discutir a formação continuada dos professores, não se pode esquecer
do princípio de indissociabilidade entre
a formação e as condições adequadas para a realização do trabalho docente. Do
contrário, poder-se-ia assumir de um lado, uma posição de que tudo de ruim que
existe na educação escolar acontece devido aos professores e sua “má formação”
ou, de outro , a postura de que os docentes não têm nada a ver com os problemas
atuais da escola sendo, portanto, vítimas de um sistema social e educacional
perverso e excludente. Tais posições, adotadas, nessa ordem, pelas secretarias
de educação e pelos sindicatos dos professores não são produtivas e pouco
contribuem para o avanço do debate e para a solução dos problemas de nossos
sistemas de ensino.
Se garantidas as condições adequadas de realização do
trabalho docente, concebe-se a escola como um lócus privilegiado para o desenvolvimento profissional dos
docentes, ou seja, um espaço de construção coletiva de saberes e práticas. A
participação dos sujeitos nesse processo é considerada, por si só, extremamente
formativo. Ressalta-se que uma investigação sobre a escola é uma atividade
fulcral nesse tipo de formação e desenvolvimento profissional.
Essa ideia de “formação continuada” não impede,
porém,que os docentes se distanciem, de tempos em tempos, da realidade em que
vivem, encontrem profissionais de outras escolas e vivenciem momentos intensos
de estudos de fundamentação teórica de suas práticas, de trocas de saberes
experenciais, de conhecimento de outras realidades, bem como de reflexão
individual e coletiva de suas ações.
Por fim, a literatura especializada insiste em
alertar que a precarização das condições,
a intensificação do trabalho e o maior controle sobre os docentes levam
à deformação gradativa desses profissionais a partir do momento que eles se
inserem nas redes de ensino.
FORMAÇÃO EM SERVIÇO
Segundo a estudiosa Vera Maria Nigro de Souza Placco
é um processo complexo que envolve a apropriação de conhecimentos e saberes
sobre a docência, necessários ao exercício profissional, em que se torna a escola
como um lócus privilegiado para a
formação. Parte do pressuposto do professor
como sujeito capaz de criar e recriar sua própria formação, assumindo-se
como protagonista desse processo em que ele vivencia de forma deliberada e
consciente a construção de sua autonomia
e autoria profissional, em um movimento de ser, pensar e fazer a docência. A
formação, então, supõe uma visão de sujeito integrado em que o afetivo, o
social, o cognitivo e o volitivo se constituem
de maneira imbricada.
Pela sua ocorrência na escola, se ocupa dos saberes
profissionais emergentes do contexto da ação, desafia o coletivo de professores
a gerar sentidos e coerência para a atuação individual e do grupo. Nesse
sentido, os professores e coordenadores aprendem sobre si, sobre os outros e
sobre seu trabalho em contexto, ou seja, aprendem sobre seu trabalho.
O processo de formação em serviço, em qualquer
escola, precisaria atender a um conjunto
de circunstâncias como estar atrelado ao Projeto Político Pedagógico,
organizado e implementado pelos profissionais da escola, entre outras.
Outros aspectos de outra ordem, mas de igual
relevância, destacam-se como a consideração e valorização das formas de
trabalho didático e vivencias do professor de modo a lhe permitir , e ao
coletivo de professores, a reinvenção de suas ações , de suas crenças, de suas
práticas, de suas histórias. Exigindo uma troca entre eles, uma partilha de
acertos e dúvidas, uma superação de dificuldades, além da reflexão sobre os
referenciais teóricos escolhidos como subsídios aos princípios de formação e
educação propostos
FORMAÇÃO DE PROFESSORES DA EDUCAÇÃO INFANTIL
Segundo a autora Mônica Appezzato Pinazza, a formação
de professores da educação infantil destina-se aos docentes que atuam nessa
área. Considerada a primeira etapa da educação básica brasileira, conforme a Lei
de Diretrizes e Bases (BRASIL, 1966), é oferecida em creches (0-3 anos) e pré-escolas (4-5 anos). As especificidades
da faixa etária de 0 a 5 anos, requerem circunstâncias particulares do trabalho
docente, o que implica uma formação profissional alinhada às funções sociais e
educacionais das instituições de
educação infantil. Documentos oficiais apontam a formação profissional como um
dos fatores de promoção da melhoria das práticas educativas com as
crianças pequenas. Estudos sobre o
assunto destacam como um grande problema a falta de especificidade da formação
docente para atuar com crianças pequenas indicando em pesquisas recentes pouco
avanço e inovação nos cursos de formação inicial e grande parte dos programas
de formação contínua em serviço.
Os programas de formação devem centrar-se na
especificidade da profissionalidade docente, onde se destaca as características
da criança pequena que exige dos adultos o reconhecimento de sua vulnerabilidade
e o respeito a suas competências; a diversidade das tarefas que incluem os
cuidados básicos de higiene, alimentação e bem-estar da criança, passando por
práticas que permitam experiências de diferentes natureza e aquisições
múltiplas além das interações com outros contextos de vida da criança (pais,
familiares, comunidade). Os programas de formação devem comprometer-se em
valorizar as identidades próprias das instituições de educação,infantil como
forma de investir positivamente no processo identitário dos professores.
De acordo com os autores Magaly Robalino Campos e
Diego Rendón Lara, os países enfrentam o desafio de formular e implementar políticas
que assegurem as condições necessárias para o exercício pleno e satisfatório da
profissão docente.
No entanto, as reformas educativas levaram os
docentes e os dirigentes institucionais a serem considerados no mesmo nível que
outros “insumos” o que levou à implementação, nos países latino–americanos, de
estratégias de formação continuada ou em serviço, destinadas a remediar os
vazios que impedem a melhoria das práticas docentes.
Hoje se busca avançar rumo a sistemas de desenvolvimento profissional docente como
processos contínuos de aprendizagem ao longo da vida profissional. As bases
sociais e culturais das quais se nutre a profissão docente caracterizam e
condicionam, em alto grau, o alcance e significado que dentro de cada sujeito
adquire o processo global de formação e desenvolvimento profissional.
O sistema integral da formação e desenvolvimento
profissional docente ao longo da vida se constrói na institucionalidade de
sistemas que integram âmbitos fundamentais como a formação inicial com forte
ênfase na prática contribuindo para a recuperação da escola como o espaço privilegiado
da aprendizagem; formação para a inserção na profissão, fundamental na
construção de certezas; formação in situ em
que a combinação das modalidades de
formação em terreno mostra ser capaz de potencializar a aplicação das práticas
docentes; formação em equipes, formação entre pares são cenários privilegiados
para potencializar um tipo de formação em serviço baseada na reflexão e no apoio entre colegas.
Relações
entre formação, profissão e trabalho docente
A necessidade de consolidar um novo “profissionalismo
docente” interpela a formação a dialogar com os outros fatores do desempenho
docente e a produzir mudanças profundas e pertinentes em seus modelos.
Há duas forças impulsoras das mudanças em formação docente,
aponta Eleonora Villegas-Reimers (2002).
Uma força é intrínseca e provém do interior da comunidade dos educadores
que tentam conceber o professor e formá-lo como um profissional corresponsável
pelos resultados da sala de aula e da escola e participa no espaço maior das
decisões de política educativa; a outra é externa e provém dos funcionários de
governo tanto em nível estadual como
federal e busca promover o controle, o desenvolvimento de padrões, a medição do
desempenho e a formação do professor em função desses padrões e suas medições. Em
vários países latino-americanos, são palpáveis as disfunções entre a formação
inicial e as características laborais do espaço educativo formal que exigem
habilidades para as quais o novo docente não foi preparado e que acabaram por
gerar uma ruptura interna entre a imagem docente e a realidade.
O questionamento aos processos de formação a partir
de análise de contextos educativos específicos teve maior importância a partir
de pesquisas sobre trabalho docente como as realizadas pela UNESCO em 2006. Do
mesmo modo, a desigualdade de contextos e oportunidades atravessam o exercício
da profissão e referem-se a problemas estruturais dos sistemas educativos como
a coexistência da escolarização de massa com a pobreza e a exclusão, de acordo
com Tenti Fanfani, (2005).
O tratamento dos temas docentes é um dos desafios
mais complexos e urgentes que defrontam os países, como uma responsabilidade
social associada ao cumprimento do direito de todas e todos a uma educação de
qualidade.
CONCLUSÃO
A
elaboração do presente trabalho consistiu em resumir-se apostilas sobre a
formação de docentes, tanto a formação “inicial” como a formação “continuada” .
Para
tanto, empreendeu-se uma leitura e análise dos textos que esclarecem sobre as noções dessa formação, as
inadequações de termos e como ela se configura atualmente. Evidencia-se, a
importância de garantir condições adequadas de trabalho ao docente concebendo a
escola como o local privilegiado onde acontece uma “construção coletiva de
saberes e práticas”.
De
acordo com Júlio Diniz, em seu livro Formação
de Professores (2000 p. 128) um bom “professor estrutura condições de
aprendizagem ou cria condições favoráveis de aprendizagem, motivando o aluno a
conhecer mais ou orientando-o a estudar, a resolver problemas.”
Ainda
segundo esse autor, (2000, p.131) o novo docente que realmente enseja ser um bom professor e
profissional “deve ter compromisso com a
tarefa de ensinar e com a formação e consciência crítica dos alunos.”
Nesse sentido, transparece que se requer a
participação, compromisso e profissionalismo
de todos os envolvidos com a Educação para que se obtenha bom êxito na
resolução de todas as questões apresentadas
No
texto referente à formação docente na América Latina e no Caribe foi possível
perceber que outros países, além do Brasil, “enfrentam o desafio de formular e
implementar políticas educativas” capazes de
operar mudanças nesse quadro.
Sobre
a formação de professores da Educação Infantil e suas especificidades, fica
claro a necessidade de uma reflexão por parte do profissional sobre a
diversidade de suas tarefas e o comprometimento quanto ao respeito à
vulnerabilidade da criança pequena
O
embasamento realizou-se através de Leis, Decretos e Pareceres citados.
Trabalho apresentado à disciplina Formação de Professores do Curso de Pedagogia da Faculdade de Pará de Minas.
Muito bom! Adorei o post, depois de 25 anos voltei a estudar, faço Licenciatura em Artes Visuais e adoro seu blog!www.portodasreliquias.com
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