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Com essa postagem, termino de publicar,
aqui, a minha monografia. Resultado de um trabalho longo: quase seis meses de
pesquisas, leituras e análises. Mas, devo dizer, muito prazeroso e que me enche de
orgulho! Acredito que ficou bom. Na verdade, minha nota foi 100. Não tive medo
de que, ao colocar aqui, pudesse ser copiado. Ainda que o seja, o trabalho é
meu, a ideia é minha. Se alguém o fizer, pobre dele.
Todas as referências bibliográficas estão publicadas
na Monografia original que se encontra na Biblioteca Professor Mello Cançado da
Faculdade de Pará de Minas – Fapam.
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Aqui estão a Dedicatória , os Agradecimentos e a Epígrafe do meu trabalho. Em seguida a Conclusão, última parte da monografia. Creiam-me, é uma honra e uma satisfação que leiam:
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Dedico esse trabalho:
à minha mãe, Maria,
que tão antes encantou-se,
pelo meu existir;
ao meu pai, João,
que me falou das coisas da terra
e dos passarinhos;
aos meu irmãos,
Eliana, Hélio, Antônio, José, Maria:
pela infância abortada,
a ternura que não houve,
o bem querer, sempre;
aos meu filhos:
Rodrigo,
a ufania pela semelhança,
a satisfação, o respeito;
Alberto,
a contiguidade na superação,
o amigo, o companheiro;
Luhara,
estrela da vida inteira,
por vezes, na inversão dos papéis,
o esteio;
João,
a incógnita, que amplia o ilimitado
do meu amor de mãe.
AGRADECIMENTO
Aquele momento entre a exaustão
e a certeza de um trabalho bem
feito:
Louvado seja Deus, a Ele toda a glória!
Agradeço à Professora Doutora Ana Paula Ferreira
pelas orientações primorosas, pelo empenho
e pela atenção, sempre;
à Professora Renata Teixeira, pelo olhar apurado,
em tempo, a exatidão;
à Professora Mestre Vanessa Faria Viana
pelas orientações, pelo incentivo e pelo carinho;
à Professora Mestre Cristina Mara
França Pinto
pelos ensinamentos fundamentais, para toda vida;
à Professora Especialista Tatiana Pires Bini Dutra,
pela paciência, pela amizade
por tanto, sem palavras;
ao meu cunhado, Eugênio e
à minha irmã Eliana,
pela prontidão em auxiliar
“em tempo sem hora”;
à Elaine Freitas Santos
pela disponibilização do tempo, por tudo;
à Érika Freitas Santos
pelo clarear, ajuda fundamental;
a todos os amigos, especialmente Breno,
Estefânia, Patrícia Lacerda, Vicente,Laís
Luciana, Derly, Marisa, Rosiane,
Sônia, Eliza, Ellen, Viviane e Edmar
que, de diversas formas,
contribuíram para eu estar aqui;
aos meus filhos que estiveram comigo
em todos os momentos dessa travessia:
o meu amor, imenso;
à CONFRARIA NOSSA SENHORA DA PIEDADE
pela concessão integral da bolsa de estudos,
pela possibilidade em concretizar
o impossível.
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Eu queria decifrar as coisas que são importantes. E
estou contando não é uma vida de sertanejo, seja se for jagunço, mas a matéria
vertente. Queria entender do medo e da coragem, e da gã que empurra a gente
para fazer tantos atos, dar corpo ao suceder.
João Guimarães Rosa
7 CONCLUSÂO
Na
elaboração do presente trabalho, sobre a estruturação da linguagem poética em Grande
Sertão : Veredas, foi
possível perceber que Guimarães Rosa utilizou os recursos tradicionais na
composição de uma narrativa ficcional.
Além disso, o escritor usou outros meios, já conhecidos em outras obras
de sua autoria e que compõem a sua estilística.
De
acordo com as teorias dos autores estudados, conhece-se a língua materna
através dos enunciados concretos ouvidos e reproduzidos e que, ao assumir um
discurso, o indivíduo busca escolher os meios de expressão que melhor
configurem seu ideal linguístico conforme a sua consciência ideológica. A
linguagem refere-se ao mundo através de significados e tem o poder de imaginar
o novo e o inexistente.
Assevera-se
que para renovar a língua e conferir-lhe um aspecto poético, o autor faz uso de
neologismos e figuras de linguagem, preponderantes nesse processo,
principalmente a metáfora por constituir a característica fundamental da linguagem
poética. A linguagem, em
Grande Sertão : Veredas, em diversos momentos, se
torna heteróclita devido à agramaticalidade que se define como um desvio linguístico,
mas se constitui como um traço
específico da poesia. O desvio linguístico, nesse caso, é considerado como um
estilo, segundo Jean Cohen (1974).
Na
obra em estudo, Guimarães Rosa utiliza os desvios linguísticos o que confere
uma singularidade à sua linguagem. Contudo, ressalta-se a capacidade do escritor
no uso da plurissignificação das
palavras tornando-as mais
expressivas, o que reforça a linguagem poética. Para Bakhtin a língua do poeta
é sua própria linguagem, ele está nela e é dela inseparável (2002). Embora
influenciado por outras vozes, em sua consciência ideológica, o poeta elege uma
linguagem e se apropria dela.
Dentro do seu estilo, Guimarães Rosa atribui à
palavra uma nova significação, novo arranjo, criando a linguagem poética.
Destarte,
pode-se concluir que Guimarães Rosa ao ouvir as histórias dos sertanejos e de
seus contemporâneos, no sertão de Minas Gerais, e conforme sua consciência
linguística, em determinado momento histórico e social, captura a língua e lhe
dá uma roupagem nova com nuanças, cores e sons inimagináveis.
Numa
segunda assertiva, afirma-se que de acordo com a consciência linguística e de
sua visão da realidade, Guimarães Rosa se apropriou da língua materna e a
reinventou com o propósito de revitalizá-la e conforme os novos significados,
refigurar o mundo através da linguagem literária.
Para
o embasamento busca-se Jean Cohen em Estrutura
da Linguagem Poética que defende
que o poeta é poeta pelo que disse, e sua genialidade se deve à sua criação
verbal. Segundo esse autor não existe uma língua poética, mas uma linguagem
poética, e que o poeta inventa essa linguagem para dizer aquilo que não teria
dito de outra forma (1966)
Diante
disso, assenta-se que a linguagem poética, exibida na obra Grande
Sertão: Veredas, e conforme a
proposta de investigação, torna-se um
ícone essencial para a estruturação da temática lírico-amorosa devido á própria
potencialidade. Essa linguagem, explorada pelas necessidades estilísticas e
pela subjetividade do autor, flui com a poesia cristalizada em seu interior
e envolve de uma forma mais expressiva e
contundente o amor dos protagonistas,
concretizado tão somente na memória e
nas palavras do narrador.
Uma terceira assertiva derivada do texto roseano assegura
que por meio dessa linguagem em que Guimarães Rosa mostra uma nova perspectiva da
realidade ou mesmo a verdadeira, nas questões outras relacionadas ao
dimensionamento humano e apresentadas na obra, ele possibilita uma catarse
através da filtração de sentimentos pelas emoções produzidas, no ato da
leitura, o que ocasiona a transformação
do ser .
Ao término dos estudos e diante das questões propostas
nesse trabalho, sobre a estrutura poética de Grande Sertão: Veredas, pode-se apontar em que bases ela se edifica.
De acordo com os estudos dos autores já citados, afirma-se que a poética
roseana estrutura-se potencialmente na estilística do autor, ou seja na linguagem
singular em que são utilizados todos recursos analisados no presente trabalho.
Desses recursos, destacam-se as figuras de linguagem,
principalmente a metáfora que adquire uma dimensão extralinguística ao assumir
as inúmeras possibilidades de significação da palavra e os neologismos.
Assevera-se, portanto, que a linguagem poética de Guimarães Rosa em Grande
Sertão : Veredas
forma-se através da capacidade inventiva do autor no trato com as palavras e na
sensibilidade por atribuir ao termo comum a função emotiva, revestindo-o de
beleza e lirismo.
Confirma-se que a linguagem utilizada pelo autor
configura-se como um ícone essencial para a estruturação do lirismo amoroso na
obra Grande Sertão: Veredas. Essa
linguagem contribui para enaltecer de forma mais expressiva e contundente o
amor dos protagonistas. Acredita-se que essa linguagem é explorada tanto pelas
necessidades estilísticas quanto pela subjetividade do autor. No primeiro
aspecto, através do estilo, Guimarães Rosa renova a língua portuguesa
imprimindo-lhe um caráter inaugural. Já no segundo aspecto – a subjetividade - o autor
coloca a sua visão sobre questões delicadas e complexas, como o
homossexualismo, maniqueísmo, injustiças sociais entre outros, conferindo universalidade e o caráter atemporal à obra
Grande Sertão: Veredas.
Lécia Conceição de Freitas
Pará de Minas / 2013
Oi, Parabéns pelo trabalho, é ótimo!!! Passei para agradecer tua visita, e fique a vontade para voltar, pois a porta deste rancho sempre estará aberta para ti ....
ResponderExcluirwww.portodasreliquias.com