sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Resumo

O fazer docente

            A atuação de professores é um tema amplamente discutido pelos profissionais da área. Isso porque a escola é fundamental na vida das pessoas. Daí a importância de se ter professores e ensino com qualidade.  A docência exige preparo, atenção e dedicação.
            O que se pode observar é que parte das discussões sobre a  Educação, atualmente, não se limita apenas em como levar o aluno até a escola, mas o que fazer para que ele permaneça no espaço escolar  e  como aperfeiçoar a sua aprendizagem.
            Nesse contexto, a formação de professores é um assunto de extrema importância já que resultados no processo ensino-aprendizagem dependem, em parte, da atuação do professor.  Essa formação deve se validar na teoria e na prática, principalmente para aqueles que vão atuar na Educação Infantil em que  é indispensável observar o desenvolvimento integral da criança. O educador, nesse caso, deve estar ciente que a prática pedagógica e o cuidar são indissociáveis.
            Os professores dos anos iniciais do Ensino Fundamental, também deverão pontuar seu trabalho com versatilidade, uma  vez  que vão receber crianças ainda pequenas que devem ser reconhecidas com suas  singularidades e individualidades no campo social, além da aprendizagem dos conteúdos  curriculares.
            Os estudantes de pedagogia se deparam, ao longo do curso com teorias que vão embasar o seu trabalho. Nesse processo de formação, ele  deve refletir sobre as teorias  e transformar todo esse saber em práticas para o fazer docente. Considerando a realidade dos alunos.
            Diante disso, pode-se asseverar a validade de aliar a teoria à prática, uma vez que aquela  representa o conhecimento cientifico que  fundamenta o  processo educacional, levando o professor a refletir sobre suas ações com o objetivo de compreendê-las em seu movimento histórico social.

            No entanto deve-se considerar que somente  pelas próprias vivências  será possível um repensar crítico e construtivo, no sentido de contribuir para a formação  do aluno como um sujeito pensante.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Sobre a ANÁLISE DO DISCURSO --- 1



 Análise do Discurso

             Análise do Discurso - trata-se de uma disciplina com origens na França, na década de 1960, e em 1994. Madidier descreve sua função através das figuras de Jean Dubois e Michel Pêcheux.
            O projeto da AD se inscreve em um objetivo político e a Linguística oferece meios para abordar a política.
            Na conjuntura estruturalista, a autonomia da linguagem é reconhecida devido ao recorte do seu objeto de estudo que é a língua. o estruturalismo de vertente sausssureana define as estruturas da língua de acordo com  a relação que elas estabelecem  entre si dentro de um mesmo sistema lingüístico.
            A Linguística então se impõe com relação às ciências humanas como uma área que confere cientificidade aos estudos. Dessa forma,  Linguistica então para o projeto althusseriano, aparece assim: Como a ideologia deve ser estudada em sua materialidade, a linguagem se coloca como uma via por meio da qual se pode depreender o funcionamento da ideologia.
            Já a Linguística Saussureana fundada sobre a dicotomia língua/fala, permitiu a constituição da Fonologia, da Morfologia, e da Sintaxe, mas não foi, segundo Pêcheux, suficiente para permitir a constituição da Semântica, lugar de contradições da Lingüística. Para Pêcheux, a significação não é sistematicamente aprendida por ser da ordem da fala, portanto, do sujeito. E não da ordem da língua, pelo fato de sofrer alterações de acordo com as posições ocupadas elos sujeitos que enunciam.
            A partir da descoberta do inconsciente por Freud, o conceito de sujeito sofre uma alteração substancial, seu estatuto de entidade homogênea passa a ser questionado diante  da concepção freudiana de sujeito clivado, dividido entre consciente e o inconsciente. Lacan faz uma releitura de Freud, numa tentativa de abordar com mais precisão o inconsciente.
            Lacan assume que o inconsciente se estrutura como uma linguagem, como uma cadeia de significantes latente que se repete e interfere no discurso efetivo, como se o discurso fosse atravessado pelo discurso do Outro, do inconsciente. O inconsciente é o lugar desconhecido, estranho, de onde emana o discurso do Outro e em relação ao qual o sujeito ganha identidade. Assim o sujeito é visto como uma representação. Lacan aborda esse inconsciente, demonstrando que existe uma estrutura discursiva que é regida por leis.
            Saussure define o sistema linguístico a partir do critério diferencial, segundo o qual na língua não há mais que diferenças. Não atribuindo aos elementos do sistema nada de substancial, tomando suas características independentes das características de outros elementos do sistema, sem referi-las ou compará-las.            Passa-se, assim, do critério diferencial ao critério relacional, que delimita  função do Outro no interior do sistema.
            A definição de cada elemento é uma definição de posição, ou seja, a sua identidade resulta sempre da relação que um elemento, que ocupa uma determinada posição inicial no interior do sistema, matem com outro elemento que ocupa uma posição terminal.
            O sujeito dessubstancializado não está onde é procurado, ou seja, no consciente, lugar onde reside a ilusão do “sujeito centro” como sendo aquele que sabe o que diz e o que é, mas pode ser encontrado onde não está, no inconsciente, lugar onde reside o Outro. Assim a identidade do sujeito lhe é garantida pelo lugar do Outro, ou seja, por um sistema parental simbólico, como explica Santiago, que os pais deixam de ser meros semelhantes, para se tornarem lugares  na estrutura. Dessa forma, o pai, por exemplo, pode surgir sob diferentes formas buscadas no imaginário – pai complacente, pai ameaçador, etc
            Essa relação entre o sujeito e o Outro se apóia na oposição binária de Jakobson, segundo a qual um remetente, ocupando uma posição inicial no processo de comunicação, coloca-se em relação comunicativa com um destinatário, que ocupa uma posição terminal no sistema de comunicação. Ele é apontado como estruturalista pelo fato de abordar o processo comunicativo como um sistema composto de elementos – remetente, destinatário, código, mensagem, contexto, canal – que se relacionam no interior de um sistema fechado e recorrente, como um circuito comunicativo.
            Pode-se perceber, até aqui, em que sentido Lacan recorre ao estruturalismo mais especificadamente a Saussure a Jakobson. Há pontos em que divergem os caminhos do estruturalismo e de Lacan. O primeiro é a inserção do sujeito na estrutura, e o segundo ponto é a maneira como é concebida a relação do sujeito com o Outro. Deslocamento que realiza a partir da concepção do processo comunicativo de Jakobson. O pensamento lacaniano é fundamental neste momento inicial de fundação da Análise do Discurso, ou seja, em que se pode perceber a relevância do projeto lacaniano para a AD.