E para falar do meu amor eu inventei o verbo. Para as palavras eu criei canto e as mais lindas plumagens. Queria que o encantasse, que sentisse a força que vinha lá das entranhas e mesmo das rasuras do ser. Porque o sentimento, de tanto, veio para fora. É nessa hora que o vivente perde o rumo das coisas da vida. O sentir atropela. E não se sabe como dimensionar: com palavra ou com a dor fincada. É nessa hora que o vivente se quebra humilhado diante de uma força que não entende, que não tem recurso, que não tem unguento que alivie.
Lécia Freitas
Nenhum comentário:
Postar um comentário