sexta-feira, 4 de maio de 2018

COMEÇAR PELO COMEÇO: O que temos que oferecer aos jovens?




Luiz Carlos de Freitas –
Professor titular da Faculdade de
 Educação da UNIC

A EDUCAÇÃO E O JOGO DE INTERESSES

            O texto  Começar pelo começo: o que temos que oferecer aos jovens? traz uma linguagem simples,  e se dispõe em paragráfos com uma progressão textual que facilita o entendimento. Trata do embate entre os educadores e os reformadores empresariais, sobre um sistema educacional de qualidade no país. Os reformadores empresariais defendem uma educação em que basta as matrizes de referências com seus testes de habilidade sobre o considerado básico do português, matemática e ciências, para a formação de mão de obra. Do outro lado, o autor apresenta os educadores como  profissionais empenhados em proporcionar uma educação de qualidade com toda a sua capacidade de desenvolvimento formativo, principalmente para as camadas populares que têm apenas uma oportunidade de frequentarem a escola. Essa decisão aceita que a escola forme cidadãos de segunda categoria ao ensinar apenas o básico e cidadãos de primeira categoria para quem o ciclo educacional se expande para além do básico, em escolas privadas. O autor aponta que a  situação, deve-se aos interesses dos empresários com o apoio da mídia que argumentam a não objetividade dos professores por serem ideólogos, e o contra ponto dos reformadores empresariais que se julgam objetivos e sem ideologias.
            O autor  aponta que em vários países a configuração da escolarização caminha para reservar as escolas públicas estatais para os pobres aprenderem mal o básico e as escolas privadas para os ricos. E para a classe média a criação de uma escola “pública não estatal intermediária, que possa  ir além do básico”. O autor finaliza afirmando  que isso “é muito diferente de uma educação de qualidade para todos”, e que os testes e indicadores educacionais têm cumprido sua função de esconder o debate qualificado sobre os fins da educação nacional. Sendo assim a educação de qualidade para as camadas populares é só uma promessa para o futuro.
            Excelente texto  que deve ser lido pelos profissionais da educação e por todos interessados, uma vez que esclarece sobre quem define os caminhos a serem tomados na elaboração das políticas públicas educacionais: os interesses em jogo e a posição da mídia, oportunizando posicionamentos. Entende-se que o texto traz uma panorâmica sobre o sistema educacional no país, e que atinge  principalmente aos menos favorecidos.

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