Nós, os hippies daqueles anos, sonhávamos com um mundo melhor. A gente andava pelo mundo afora, e pregava paz e amor. Eu me lembro que as pessoas nos viam como "ETs". Aqui, em Pará de Minas, as senhoras faziam o "Nome do Pai" quando a gente passava. Com nossas mochilas, nossas roupas coloridas, nossos cabelos compridos enfeitados de margaridas e monte de pulserinhas. A gente não fazia mal a ninguém. Volta e meia, pessoal dava "uns tapa", curtia uns chás, mas tudo tão de boas, diferente de hoje. Foi assim que eu conheci muito, foi assim que viajei, propriamene dito. Foi assim, principalmente, que fiquei sabendo das "coisas" e conheci os grandes da música e de outras paradas. Mas a gente não tinha dinheiro e, assim, não fazia mal a ninguém. Sonhávamos. Eu observo as pessoas que viveram aquela época. Algumas sobreviveram e ainda conseguem se achar no caos. Outras, estão mais perdidas que antes. A maioria, no entanto, nem sabe que se perderam. Eu, só lamento! "O sonho acabou". E hoje o mundo está aí: muito pior do que antigamente. Pobres de nós: não conseguimos mudar o mundo. Pobres de nós!
Lécia Freitas
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