Durkeim
foi um dos fundadores da Sociologia alcançando o reconhecimento de outras
ciências sobre a existência dessa. Isso possibilitou a construção de mecanismos
de monitoramento da sociedade subsidiando as pesquisas nos campos da Sociologia
e Antropologia. A partir daí, a análise dos fenômenos sociais chegou às áreas como Medicina, Direito, História e
outras. A sociologia cumpre seu papel na
transformação da sociedade propiciando uma evolução.
A
tônica da obra de Durkheim foi atribuir o critério científico ao conhecimento
social, sendo que esse conhecimento deve considerar as diferenças que vigoram nas
diversas realidades de nossa sociedade. Considera-se que a ordem social
estabelecida não permite uma generalização, mas possibilita o entendimento da dinâmica social
em suas especificidades.
Para
Durkheim os fatos sociais devem ser tratados como coisas, ou seja determinado
acontecimento, mesmo comum, mostra a constituição da sociedade, possibilitando o seu estudo. O autor ressalta
que não há afirmação de que os fatos sociais
sejam coisas materiais, mas que constituem coisas ao mesmo título que as
coisas materiais, porém de formas diferentes. Os fatos sociais na visão de
Durkheim, fazem parte dos fenômenos sociais, integrando-se como um todo. Podem
ser dissecados, desmembrados, entendidos. Como o ato de estudar, por exemplo.
Estudar é um fato social e pertence ao fenômeno social qual seja, a escola. O
fenômeno social por sua vez, não pode ser decomposto. A escola é formada por
diversos fatores que não podem ser desmembrados.
Da
mesma forma explica Durkheim, que os fenômenos sociais estão presos à sociedade
e somente nela podem ser observados, tratando-os como coisa material, afim de compreender
os elementos que influem na sua condição. O autor entende que os fenômenos
sociais somente acontecem coletivamente, e consideram no seu estabelecimento a
coerção e coesão social na condição de solidariedade em que são realizados.
A
solidariedade, por sua vez, na interpretação de Durkheim é a permissão entre os
sujeitos para a existência dos fenômenos. Não se pode afirmar, no entanto, que
os indivíduos têm consciência do alcance do que fazem, ou seja, nem todos
refletem sobre os próprios atos, a dimensão que suas ações alcançam.
No
caso da Educação, fatos interligados geram fatores para que ela ocorra. Sendo
assim, os condicionantes não se limitam
aos agentes diretos, indo além do ambiente e das relações que se estabelecem
dentro da escola. A educação resulta de um fenômeno social complexo, mais
intenso e amplo. Importante entender que as relações que mantém a escola estão
baseadas na “construção solidária” de todos os elementos que dela participam, e
de que fala o autor. E que outros fenômenos vão produzir os sujeitos que
compõem o mundo escolar. Todos os fatos que acontecem em torno da educação, e
que por sua complexidade e quantificação
torna dificil relacionar, contribui para o entendimento de que a
educação é um fenômeno social e que os elementos condicionantes são fatos na condição material.
Durkheim
ensina que o entendimento da divisão do trabalho social é premissa para
compreender os fenômenos produzidos pela sociedade. Para ele essa divisão
atingiu uma complexidade tamanha que vem provocando conflitos entre os fatores
que a compõem.
Ressalta
o pensador que a compreensão da ordem social, e dos fatos por ela produzidos,
não pode ter como critério a individualidade e particularidade dos sujeitos,
pela divisão social do trabalho. Isso que dizer que na sociedade industrial em
que vivemos, aumenta cada vez mais o trabalho coletivo para atender a todas as
necessidades crescentes dos indivíduos.
Dessa
forma, não é possível observar de forma particular esses elementos, segundo o
autor, que considera ser impossível enumerar a quantidade de pessoas que
realizam atividades em nossa vida diária. Sendo assim, não é possível observar
um comportamento padrão da vida social. Isso acontece mediante as condições
de todos e de cada um, gerado por um
organismo formado por todos esses elementos de uma maneira solidária.
A
solidariedade pode ser entendida como o resultado dos fatores que interligam a
vida humana. Nesse caso, ser solidário implica em estar integrado em relações
estabelecidas pelas instituições sociais que compõem a sociedade. Sendo que o
homem é um ser social, fazendo parte, portanto, da coletividade, e busca o
sentido da própria existência dentro dela.
Porém, é a sociedade, com seus fenômenos sociais que determina a individualidade. Significando
que a sociedade concede ao homem integrar-se ao todo.
Em
sua obra, Durkheim esclarece que a Psicologia estuda o comportamento individual
e a Sociologia tem como objeto de estudo o fato social. Entende-se que, segundo
Durkheim, a psicologia observa realmente o comportamento individual, conquanto
o fato social somente surge como resultado de fatos específicos produzidos pela
sociedade, como um todo, e não de parte dela, ou seja, seus membros. O autor
ainda explica que os fenômenos sociais obedecem normas como as dos fenômenos
naturais, sendo necessário compreender o ambiente em que acontecem, as relações
que os sujeitos envolvidos favorecem, e
os fenômenos relacionados.
Durkheim
estabelece haver dois tipos de solidariedade, sendo uma o ponto que liga o
indivíduo à sociedade, sem intermediário e é denominada “solidariedade
orgânica”; a segunda, mais
complexa, é entendida nas relações
sociais da divisão do trabalho social em que o indivíduo é apenas um
componente, sendo que, aqui, o indivíduo depende da sociedade porque depende
das partes que a compõem.
O
autor ainda explica que nas sociedades primitivas o sentimento de pertencimento
e a fusão entre as crenças sociais e particulares são muito fortes, e se
expressam na vida social de cada um e também na coletividade. Nas sociedades
primitivas um indivíduo exerce várias funções o que não é possível na nossa
sociedade. Enquanto as sociedades primitivas são vistas como “mecânicas”, a
sociedade em que vivemos são consideradas “orgânicas”.
Durkheim
acrescenta que além dessas características, o dinamismo da sociedade apresenta
a coesão e a coação. Sendo que a coesão implica numa ação unificada de diversos
agentes com um mesmo objetivo. Exemplifica-se com as ações de um movimento de
trabalhores que reivindicam direitos.
Para
explicar a coação, o autor utiliza o exemplo de uma sala de aula em que o
professor e alunos estão unidos na prática educativa para o desenvolvimento de
um conteúdo, havendo a coesão. Um aluno que tentar a indisciplina será coagido
pelos colegas e pelo professor.
Fatos
como os exemplos podem ser observados em todas as instituições sociais.
Durkheim argumenta que nossa sociedade é constituída de uma quantidade enorme
de funções estabelecidades para atenderem as necessidades indviduais e
coletivas. O autor ainda reforça que a divisão do trabalho social é a mais
importante solidariedade entre os fatores sociais e, portanto deve ser
valorizada. Enquanto outros valores podem se transformar e mudar de sentido, o
trabalho deve ser preservado, para que não se coloque em risco a sociedade.
Lécia Freitas
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