A história de amor
de Paulo e Lúcia
Dois dados
ressaltam-se; a dualidade de Lúcia e a dissociação do amor carnal e o amor
espiritual.
Paulo,
pernambucano, 25 anos, formado, pobre, vem ao Rio de janeiro buscando se
estabelecer. Lúcia, a cortesã mais bela do Rio. Na opinião da sociedade
representada por Sá, Cunha e Couto, uma mulher devassa capaz de levar qualquer
homem à loucura, muitos a desejam. Entretanto, Lúcia não fica por muito tempo com um amante. Manda-o embora e
ponto. No dia seguinte está com um novo
amante. Lúcia é uma mulher cara. Por isso é muito rica. Mas é uma mulher
avarenta. Vende todas as joias que ganha. Jacinto a ajuda nessa tarefa. É uma
mulher fria, irônica, porém capaz de gestos generosos como pagar o aluguel de
outra cortesã que a ofendera na véspera. Cheia de sensualidade, ao mesmo tempo,
é cândida, meiga como uma inocente menina. Somente Paulo consegue ver isso.
Percebe seu caráter nobre assim que a viu. E começa a amá-la. E ele percebe,
também, a dualidade de Lúcia e não compreende,
está sempre ofendendo-a e pedindo perdão. Ao mesmo tempo em que perdoa os
desvios de Lúcia, as vilezas, tudo que ele considera que é traição. Paulo sente
muito ciúme, mas reconhece o amor de Lúcia por ele e vai amá-la profundamente.
Ao
chegar ao Rio Paulo quer andar, divertir-se, viver. Em 8 um impedimento no trânsito,
conhece Lúcia. Chama sua atenção o perfil suave e delicado No que os cavalos do
tílburi de Lúcia saem de arranco,
cai-lhe o leque e Paulo consegue restituir, o que faz com que ele se aproxime
dela e consiga tocar a ponta de seus dedos enluvados. Ela lhe sorri.
Dias
depois na festa da Glória com o amigo Sá, Paulo a vê e pergunta quem é aquela
senhora. Sá diz então que ela não é uma senhora. É uma mulher bonita. Paulo se
envergonha de sua ingenuidade. Ao ser apresentado a ela por Sá volta a se
envergonhar por não dizer nada que realmente fizesse efeito. E note, realmente, a
expressão cândida do rosto de Lúcia, seiu gesto delicado. Ele a corteja como se
ela fosse uma senhora. Depois disso,Paulo a encontra no comércio, quando ela
apenas faz-lhe um aceno com a cabeça. Dias depois no teatro, conversam
amigavelmente.
Um
dia, Paulo resolve ir visitá-la em casa. Ela a deseja mas não consegue
manifestar isso. Conversam por algum empo e na saída Lúcia convida-o para
voltar. Paulo conversa com Sá que
reforça a sua opinião sobre Lúcia e diz que o tempo gasto com a sua conquista é
o tempo gasto em abrir a carteira. Basta dar-lhe brilhantes. Ao voltar à casa
de Lúcia, ela está vestida com a mesma
roupa do primeiro. Como ele não percebe, ela cobra isso dele e diz que ele
nunca mais a verá como daquela vez, pois agora ele já a vê com outros olhos, sabendo da sua condição de cortesã. Ela chora quando ele manifesta o desejo e
ele se aborrece, pensando ser alguma coisa com ele,que ela não o quer. Lúcia
então se transforma: de menina cândida em mulher fogosa e sensual. Eles vão até
a alcova e se amam. Ele percebe que ela também sente um enorme prazer. Após o
ato do amor, ao ver o corpo de Lúcia inerte, pasmo com os olhos vítreos, Paulo
pressente que a vida logo o abandonaria e dá a perceber isso à ela. Ela
responde que não se importa contando que tenham gozado de sua mocidade. “ De
que serve a velhice às mulheres como eu?” Já na saída,Paulo se envergonha
diante do olhar dela quando ele leva a mão à carteira.
No
teatro, conversando com Cunha ele lhe conta ter sido amante de Lúcia e que ela é
uma pessoa avarenta, que deixa os amantes sem maiores explicações, tendo-o
deixado porque tentara se esconder da esposa, uma vez em que se encontraram os
três. Na ocasião, Lúcia mandou que ele ficasse com a esposa. Sá convida-o para
uma ceia.
Paulo comparece à ceia e depara com Lúcia. Todos comem e bebem parecendo
divertirem-se. Ao um dado momento Paulo percebe que Lúcia vai se expor de forma
ignóbil e pede a ela que não o faça. Ela, entretanto sussurra-lhe que é preciso
pagar a conta da ceia. Lúcia, então, fica nua diante de todos e faz posses
sensuais como um quadro vivo o que desgosta Paulo, a ponto dele sair para o
jardim. Ao voltar ele vê que Lúcia está prostrada. Mais tarde,quando a encontra
no jardim,surpreende-se com o choro convulsivo dela. Ele sente pena e pergunta-lhe
porque então faz essas coisas e pede-lhe que nunca mais faça. Ela diz que age
assim por uma autopunição, mas que nunca mais fará aquilo. Eles então procuram
um lugar retirado e se amam como se fosse pela primeira vez. Ela lhe diz que os
beijos que ela lhe dá naquela hora são os mais puros que ela possa ter dado a
alguém.
No
dia seguinte, Paulo compra-lhe uma pulseira de valor e um par de brincos
simples. Ao receber os presentes Lúcia não se entusiasma com a pulseira deixando-a de lado, ao passo
que fica alegre como uma criança com os brincos. Paulo não entende e acha que
ela está fingindo. Ela pede a ele que fique com ela naquela noite.
Um
dia Paulo encontra Nina em casa de Lúcia. Nina outra cortesã, ofendera Lúcia
durante a ceia em casa de Sá. Naquela hora, no entanto,Lúcia está dando a Nina
dinheiro para que ela consiga pagar o aluguel da casa onde mora. Ao conversarem
sobre o assunto ,Lúcia diz que não quer falar sobre aquilo. E o que ela faz não
é uma boa ação e sim ela quer se remir dos pecados. Ele vê o quanto ela pode ser generosa. Lúcia diz que o
quer ali como seu dono e senhor. Ele passa a viver com ela e não entende as
suas transformações. Ora menina , ora cortesã.
Paulo
recebe um convite para uma festa e resolve aceitar. Lá encontra-se com Sá que o
alerta, dizendo que toda a sociedade está falando do seu relacionamento com
Lúcia e que ele vive à custa dela. Sá diz a Paulo que Lúcia tem que aparecer em festas, com seus vestidos luxuosos, sua
beleza e que ele está privando-a disso. Ele fica indignado porque não é verdade, uma vez que ele sempre dá dinheiro a ela. Na saída, depara com Lúcia que alugara
um quarto bem em frente à casa onde ele estava, para ficar observando-o de
longe. Sente-se vigiado e não gosta, briga com ela e vai embora.
Ele
volta para o hotel, mas não por muito tempo, pois logo vai à casa de Lúcia e
pede-lhe perdão, confessando não ser rico. Diz que não pode mantê-la com seus
luxos. Lúcia responde-lhe que voltará a sair e
gastar para salvar a reputação dele. Mostra-se abalada ao dizer que um homem
pode rolar com ela que não ficará com nenhuma nódoa. Porém se quiser um afeto sincero de um homem honesto a
sociedade não permitirá. Mais tarde, ele a vê com Couto, em uma loja,e acha que
ela agora é amante dele e que ele está pagando suas contas. Paulo sai com
Rochinha, um conhecido, que lhe diz que Lúcia despreza Couto.
Paulo
vai à casa de Lúcia e após ofendê-la, a obriga a ir a um baile com Couto. Ele também vai ao baile e por
despeito marca um encontro com Nina de modo que Lúcia possa ouvi-lo. Ele passa
o resto da noite na porta da casa de Lúcia com ciúmes, mas ela não aparece. Paulo supõe que ela está com Couto. À tarde lembra-se do encontro com Nina e vai à
casa dela para desculpar-se. Nina o recebe com beijos agradecendo a linda
pulseira de brilhantes. Paulo percebe a trama de Lúcia e vai atrás dela. Ele a
encontra desfeita, chorando e diz que não teve nada com Couto. Eles se
reconciliam.
Um
dia Lúcia sai e não diz aonde vai. No dia seguinte mostra-se adoentada. Uma
mulher de nome Jesuína aprece para ajudá-la. Paulo não gosta da mulher e pede
que ela vá embora. Lúcia concorda.
Lúcia
vai abandonando a vida mundana e já não vibra como outrora. O amor carnal passa
a ser como uma obrigação. Paulo não entende essa frieza e por vezes se
exaspera. Mesmo quando excitada por
Paulo. É a doença que já se faz sentir.
Ela sofre calada, pois reconhece que "o amor para uma mulher como
eu seria a mais terrível punição que Deus poderia infligir-lhe!". O grande
sentimento que os unia, arrefece, dando lugar a uma amizade simplesmente.
Paulo
vê Jacinto em casa de Lúcia e pergunta a ela o que ele faz ali. Ela diz ser
apenas um criado. Ele não dá mais importância ao fato. Porém, chegando sem
avisar ele surpreende Lúcia no antigo quarto, onde recebia os amantes,
conversando com Jacinto, que tem um objeto na mão como uma carteira. A cama
está desarrumada. Paulo a insulta e vai embora. Algum tempo depois ele encontra
Jacinto na rua e então fica sabendo que Lúcia estava negociando a casa, os
móveis e que vai mudar-se para uma casa bem menor. Novamente ele volta e
pede-lhe perdão.
O
comportamento de Lúcia é cada vez mais sublime e heroico. Já não existe mais
nada da antiga cortesã. E Paulo, por fim, entende essa nobreza de caráter e
compreende o porquê das suas recusas. Ela lhe recusava o corpo porque o amava
em espírito. E também porque já está doente. Paulo promete respeitá-la de ora
em diante.
Lúcia
um dia lhe revela todo o seu passado. Chamava-se Maria da Glória. Era uma
menina feliz de 14 anos e morava com os pais, quando, em 1850, sobreveio a
terrível febre amarela. Seus pais, os três irmãos, uma tia caíram de cama, Ela
ficou só. No auge do desespero, resolveu pedir ajuda a um vizinho rico, Sr.
Couto, que em troca de algumas moedas de ouro tirou-lhe a inocência. "o
dinheiro ganho com a minha vergonha salvou a vida de meu pai e trouxe-nos um
raio de esperança." Seu pai, porém, sabendo da origem do dinheiro, e
supondo ter a filha um amante, a expulsou de casa. Sozinha, sem ter aonde ir,
foi acolhida por uma mulher, Jesuína, que, quinze dias depois, à conduziu à prostituição,
estipulando pela beleza de seu corpo um alto preço. O dinheiro, ela o usava
para cuidar do que restava da família: "e eu tive o supremo alívio de
comprar com a minha desgraça a vida de meus pais e de minha irmã".
Uma
colega de infortúnio foi morar com ela. Chamava-se Lúcia. Tornaram-se amigas.
Lúcia morreu pouco depois. No atestado de óbito, a heroína fez constar que a
falecida se chamava Maria da Glória, adotando para si o nome da amiga morta.
"Morri, pois para o mundo e para minha família. Meus pais choravam sua
filha morta; mas já não se envergonhavam de sua filha prostituída." E todo
dinheiro que ganhava, destinava-o à preparação de um dote para sua irmã, Ana, a
qual passou a manter num colégio interno depois da morte dos pais.
Agora
Paulo compreende ainda melhor as atitudes misteriosas e contraditórias que
Lúcia tomava como cortesã. É que esse gênero de vida lhe parecia sórdido e
abjeto. Ela suportava como a um martírio, uma autopunição, uma maneira de
reparar o seu pecado. Conhecido se passado heroico, ele passa a sentir por
Lúcia uma grande ternura e um amor sincero.
Seguem-se
dias tranquilos. Lúcia muda-se para uma casinha modesta e Ana mora com ela.
"isto não pode durar muito! É impossível!" É o pressentimento da
morte. Lúcia tenta convencer Paulo a se casar com Ana, que já o ama também.
Seria uma maneira de perpetuar o amor de ambos, já que ela se julga indigna do
puro amor conjugal. Paulo rejeita com
veemência em nome do amor que não sente por Ana.
Lúcia
aborta o filho que esperava de Paulo. Ela se recusa a tomar remédio para
expelir o feto morto, dizendo "Sua mãe lhe servirá de túmulo". E já
no leito de morte, recebe o juramento de Paulo prometendo-lhe cuidar de Ana
como sua filha. E morre docemente nos braços de seu amado, indo amá-lo por toda
a eternidade.
ANÁLISE
O
livro “Lucíola”, de José de Alencar, é um romance urbano, pois, ambienta-se na
época do autor e retrata os costumes da sociedade carioca do Segundo
Reinado. Alencar, por meio de seus
romances urbanos, faz uma crítica e denuncia a hipocrisia, a ambição e
desigualdade social. Na análise psicológica ele revela os conflitos interiores
de suas personagens femininas. Em todos os romances urbanos, Alencar coloca o amor
como tema central e aborda a situação social e familiar da mulher, diante do
casamento e do amor. Contudo, o amor como
o entendia a mentalidade romântica da época: um amor sublimado, idealizado,
capaz de renúncias, de sacrifícios, de heroísmos e até de crimes, porém
redimindo-se pela própria força purificadora de sua intensidade e de sua paixão.
“Lucíola”
é um romance em primeira pessoa, ou seja, quem narra a história não é Alencar
diretamente. Ele o faz por meio de uma personagem que viveu os episódios. Nesse
caso, essa personagem é Paulo, que em cartas dirigidas a uma senhora (por quem,
subentende-se, o autor se faz passar) conta uma história de amor acontecida, há
seis anos, entre ele e Lúcia. A senhora
reuniu as cartas e delas fez o livro. “Eis o destino que lhes dou; quanto ao
título, não me foi difícil achar. O nome da moça, cujo perfil o senhor me
desenhou com tanto esmero, lembrou-me o nome de um inseto. ‘Lucíola’ é o
lampiro noturno que brilha de uma luz tão viva no seio da treva e à beira dos
charcos. Não será a imagem verdadeira da mulher que no abismo da perdição
conserva a pureza d’alma?”
Características
do Romantismo são facilmente encontradas na obra. É um romance em primeira
pessoa, em que a história é narrada do ponto de vista somente de Paulo. Individualismo, portanto. Tudo gira em
torno do que ele viu, do pensou, sentiu junto a Lúcia. Logo no início, Paulo
esclarece que escreveu essas páginas para se justificar perante uma senhora que
estranhou “a minha excessiva indulgência pelas criaturas infelizes, que
escandalizam a sociedade com a ostentação do seu luxo e extravagância.”
Percebe-se , também, na oposição indivíduo
x sociedade quando o casal age contrariando as convenções sociais: “Que me
importa o que pensam a meu respeito?”, ou quando satisfazem essas mesmas
convenções, embora sempre reafirmando o próprio ‘eu’ e fazendo a sua
personalidade. –“Há certas vidas que não se pertencem, mas à sociedade onde
existem. (...) Ah! esquecia que uma mulher como eu não se pertence; é uma coisa
pública, um carro de praça que não pode recusar quem chega...”
Em
“Lucíola”, a temática central está na exaltação
do amor. Porém o amor sublime, alheio às convenções sociais, feito de
sacrifício, como força purificadora. Capaz de transformar uma prostituta numa
amante sincera e fiel. “- o amor purifica e dá sempre um novo encanto ao
prazer. Há mulheres que amam toda a vida; e o seu coração, em vez de gastar-se
e envelhecer, remoça como natureza quando volta a primavera.” Outra passagem:
“Tive força para sacrificar-lhes outrora o meu corpo virgem; hoje depois de
cinco anos de infâmia, sinto que não teria coragem de profanar a castidade de
minh’alma. Não sei o que sou,sei que começo a viver, que ressuscitei agora”,
disse Lúcia após sentir a afeição de Paulo. “Eu te amei desde o primeiro
momento em que te vi! Eu te amei por séculos nesses poucos dias que passamos
juntos na terra. Agora que a minha vida conta por instantes, amo-te em cada
momento por uma existência inteira. Amo-te ao mesmo tempo com todas as afeições
que se pode ter nesse mundo. Vou te amar enfim por toda a eternidade.”
Lúcia
ama Paulo, porém ela acha que não merece um amor puro “...o amor para uma mulher como eu seria a mais terrível
punição que Deus poderia infligir-lhe! Mas, o verdadeiro amor d’alma”. Diante
da possibilidade de realização de um amor puro, só resta a Lúcia, como personagem
de um romance com características românticas uma saída: a morte. Nem mesmo o filho ela acha que merece: “Um filho, se Deus mo
desse, seria o perdão da minha culpa! Mas sinto que ele não poderia viver no
meu seio!”. E como uma heroína romântica, Lúcia anseia morrer nos braços do
homem amado: “Ainda quando soubesse que morreria nos seus braços... Que morte
mais doce podia eu desejar!” “...desejava que fosse possível morrermos assim um
no outro... uma vida só extinguindo-se num só corpo!”. E assim se fez. Morreu
ao lado do ser amado, dizendo-lhe: “Vou te amar enfim por toda a
eternidade...”.
Em
algumas passagens do romance é possível perceber o sentimento
de melancolia: - “ninguém mais se animou a fazer-nos companhia. Estávamos
na penúria; [...] Fiquei só! Uma menina de 14 anos para tratar de seis doentes
graves, e achar recursos onde não os havia. Não sei como não enlouqueci”. [...]
“Meu pai leu no jornal o óbito de sua filha; [...] mas não se envergonhavam de
sua filha prostituída.”
Além das características do Romantismo
podemos encontrar , na obra, peculiaridades de José de Alencar como o lirismo: “Sentamo-nos sobre a relva
coberta de flores e à borda de um pequeno tanque natural, cujas águas límpidas
espelhavam a doce serenidade de um céu azul”. O gosto pela descrição: além do poder de descrever paisagens, lugares, Alencar o fazia com as vestimentas
de forma a influenciar no estado de espírito das personagens. “A expressão
angélica de sua fisionomia naquele instante, a atitude modesta e quase íntima,
e a sua singeleza das vestes níveas e transparentes, dava-lhe um frescor e viço
de infância, que devia influir nos
pensamentos calmos, senão puros”.
Em
“Lucíola” vemos desarmonia no
contraste de Maria Glória e Lúcia. Aquela é inocente, essa é devassa, A própria
Lúcia esconde o seio recatada à vista de Paulo e, ao mesmo tempo, desfila nua
em casa de Sá. Também em Paulo, que deseja Lúcia e depois quer respeitá-la;
despreza-a e sente ciúme; ofende-a e pede perdão.
Na estrutura da obra podemos observar que há um autor real, Alencar e
um autor fictício, a senhora que recebe as cartas de Paulo. Ele tem a
incumbência de ordenar os fatos. Ao mesmo tempo que Paulo-personagem transmite
os sentimentos vividos por ele e Lúcia ao leitor, Paulo-narrador interrompe a
narrativa e faz reflexões ou dirige-se à destinatária das suas cartas que
compõem a história dos dois amantes. Isso acrescenta uma particularidade ao
romance. Trabalho avaliativo apresentado à disciplina Literatura Brasileira do Curso de Letras
- FAPAM - Professora Drª Ana Paula Ferreira
Créditos: 10
Lécia Conceição de Freitas
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