Desde 2013, com os preparativos para
a Copa das Confederações, devido aos
gastos com o dinheiro público e porque uma parcela da população acreditava que
o país não estava preparado para esse evento, e com a insatisfação pelo aumento
das passagens do transporte público, “estourou uma onda” de protestos, no
Brasil. Com o apoio de milhares de participantes, os protestos se estenderam a
temas relacionados a problemas sociais e ineficiência dos serviços públicos, entre
muitos outros. Cada cidade que aderiu aos protestos, tinha a sua própria pauta.
Devido aos protestos do mundo real,
foram verificados enormes prejuízos, em razão dos prédios e ônibus destruídos e
danificados, casos de prisões por causa dos excessos, feridos e até morte. Em
2014 os protestos continuaram dessa vez devido à realização da Copa do Mundo, e
em 2015, os protestos, agora com teor político, trazem uma verborragia obscena,
porém sem violência.
Esses protestos foram conclamados nas
redes sociais, onde os mais variados grupos combinaram as ações, segundo o
noticiado na época. E foram verificados também nas redes sociais, nesse caso,
com a mesma linguagem obscena e altamente ofensiva. Tornou-se praticamente
impossível manifestar uma opinião sobre qualquer evento político, ou mesmo
referente a temas sociais, principalmente racismo, religião, homofobia, sem que
as pessoas contrárias se sintam ofendidas e revidam da forma mais violenta
possível. Acredita-se que seria suficiente acender um estopim para a
deflagração de uma guerra. Pessoas comuns, em uma rede social, podem manifestar
seu rancor, e atingir milhares de pessoas, arrastando-as para o mesmo clima de
ódio. Acredita-se, também, que as manifestações deste ano, tiveram volume,
devido às conclamações das redes sociais. O ódio foi declarado abertamente, mas
não houve violência. Pelo menos, não foi noticiado. Aliás, nas redes sociais,
os protestos continuam no mesmo teor, com ataques verbais do mais baixo calão.
Os primeiros protestos, citados acima, foram
de uma violência absurda. No dia seguinte, as cidades pareciam praça de guerra.
Houve conclamação, também pelas redes sociais, mas a violência aconteceu, em
parte pelos motivos que levaram aos protestos e porque realmente a raiva das
pessoas estava ali, no mundo real. Além disso, havia uma simpatia, pelos
motivos que levaram aos protestos, de grande parte da população, que aderiu, o que não ocorre nos protestos seguintes.
O que se pode concluir é que protestos
no mundo real são mais destrutivos e podem até surtir efeito, como foi o caso
de algumas mudanças reivindicadas nos primeiros protestos. Algumas das mudanças
foram atendidas logo que possível outras de acordo com as possibilidades, mas
comprovou a validade dos pedidos.
Considera-se que se esses pedidos fossem
feitos nas redes sociais, ainda que por milhares de pessoas, não teriam sido
atendidos. O que se pode observar, ao
longo desse tempo todo, é que muitos outros temas são relacionados nas redes
sociais, e embora haja adesão de milhares, concordando ou refutando, não se
percebe nenhuma mobilização de órgãos competentes ou instituições no
intuito, sequer, de analisar o que quer
que seja.
Percebe-se, sim que muitas pessoas que ficam o dia todo na internet insuflando uns contra os outros, são inconsequentes, e, talvez, nem têm uma causa por que lutar. Não se
importam realmente com os problemas existentes, querem apenas “causar”. As
redes sociais e seus usuários são capazes de espalhar um ódio sem precedentes,
terrível, capaz de fomentar uma guerra,
mas o que é real tem maior poder de destruição, e talvez por isso, mais
visibilidade. Sendo assim, as reivindicações têm mais chances de serem
atendidas.
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