sexta-feira, 2 de maio de 2014

Interpretação de alguns sonetos de Willian Shakespeare


            Em uma comparação dos sonetos de números 18 e 130, de Willian Shakespeare, em relação à descrição do ser amado e os elementos da natureza, pode-se dizer que há um contraste de imagens entre os dois sonetos, uma vez que no soneto 18 o autor evidencia s qualidades do objeto de seu amor comparando-o com as belezas da natureza, enquanto no soneto 130 ele descreve a sua amante sem nenhum atrativo comparável àquelas belezas. Isso pode ser notado nos versos... By chance or nature’s changing course untrimm’d;  e Nor shall Death brag thou Wander st his shade..., entre outros. Assim também como nos versos…My mistress eyes are nothing like the sun; e But no such roses see I in her cheeks.
            Portanto, percebe-se uma idealização do amor no primeiro soneto e uma concretização no segundo soneto em que o autor reafirma seu amor, mesmo ela sendo uma mulher como outra qualquer.  (...I think my Love as rare/ As any she believ with false compare. )
            No soneto 138, sobre a questão da fidelidade,  entende-se que o autor ignora a mentira da amante, seu adultério. ( But why dose she not tell me that she is unfaithful?Ele está sentindo-se velho e não quer dizer a verdade sobre a sua idade. ( And why do I not admit that I am old?) Fingindo ingenuidade, por não perceber suas mentiras ela vai julgá-lo inexperiente e jovem. (That she might think I am some inexperienced youth.) Na verdade, não há fidelidade. O principio da fidelidade é o respeito às próprias convicções e ao outro. Quando isso não acontece há uma sugestão de instabilidade emocional e de caráter. No soneto, os dois amantes mentem um para o outro em alguns aspectos. São infiéis no amor e se enganam tentando esquecer as próprias faltas, conscientes de suas mentiras. ( And the lies we each other help us forget our respective faults.)
            Destarte, o que existe é uma negação da verdade, uma falsidade, e quando isso acontece, qualquer relação torna-se inconsistente, sem embasamento.
            O eu poético, no soneto73, é descrito como um homem já velho e no leito de morte, (As on the death bed where it must finally expire) o que sugere, também, que está doente. Ele se compara como um tempo do ano em que há poucas folhas amarelas caindo dos galhos que se sacodem de encontro ao frio (In me you...against the cold) uma referência ao outono, ou seja, o fim da vida. Facilmente identificável em outro verso em que ele se compara a uma luz fraca, amarela (I am like a glowing ember/lying on the dying flame of my youth.) O poeta se encontra em seu leito de morte, consumido pelo amor ( e pelo tempo) que um vez foi seu alimento. Isso é percebido pela pessoa amada e ao invés de se afastar com  a situação, desistindo do amor, faz com que seu amor seja mais forte e determinado. (...Consumed by that...before long). Nesse soneto o poeta afirma que o amor vence a morte mesmo ele estando mais velho. Pelo contrário isso faz com que a pessoa amada não desista e o amor fica mais forte.
            No soneto 147, o amor é descrito como uma febre contínua, (My love is like a fever, still longing) e que  é, ao mesmo tempo, um alimento para a doença (Feending on that which prolongs the illness). O poeta trava uma luta interior, pois deseja a pessoa amada, embora esse desejo conduza à morte. E sofre com isso. Ele não consegue seguir a própria razão que já o abandonou por não ter sido ouvida. (...angry that I do not follow his directions/has left me and desesperate I find that desire leads to death which physic (reason). Para ele seus pensamentos e palavras são como as de um louco, no entanto, ela é negra como o inferno e escura como a morte. (My thoughts and my words are like a madman’s, lies foolishly uttered; for I thought you were moral and  bright (shining as a star)/ but you really are black as hell and dark as night).
            Esse amor descrito como uma doença física, que foge à razão não é um amor sadio, que traz sossego e bem-estar. Pelo contrário, leva à dúvida e ao desespero.

Trabalho apresentado para avaliação de aprendizagem da disciplina Literatura da Língua Inglesa do Curso de Letras - FAPAM - Professora Tatiana Bini
Créditos: Total- Good Job!


Lécia Freitas

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