Conclusão de um trabalho sobre a obra “A Bolsa
Amarela” da escritora Lygia Bojunga
Uma
leitura prazerosa, uma vez que o livro é uma agradável surpresa. Com uma
linguagem simples, a autora prende os leitores através do ficcional. Embora
haja passagens do cotidiano da personagem central, não há limites entre o real
e a fantasia. Isso se comprova quando em um almoço de família, o galo que mora
dentro da bolsa amarela sai e começa a conversar. Impressionante como Bojunga
traz da imaginação infantil estratégias que eliminam problemas e/ou dificuldades
para sequenciar a história. Como no relato acima em que Raquel, a protagonista,
para explicar a presença de um galo falante em sua bolsa, disfarça e diz que “é
uma mágica. Uma mágica muito forte”.
Na
verdade, a autora, sutilmente, apresenta
a tecedura da história de forma a não deixar pistas sobre a intencionalidade do
discurso. De acordo com o contexto, reconhecido durante o estudo do livro, a
escritora aborda questões relevantes e de interesse público. Entremeada com os
conflitos interiores vividos pela menina e com os enfrentamentos da mesma diante
da família, a delicadeza que Bojunga usou nessa abordagem, dentro de uma pretensa
história infantil, deliciosa, de extrema inteligência. De modo a não levantar
suspeitas dos órgãos repressores que existiam na época da Ditadura, quando o
livro foi escrito.
A
principio, o livro destina-se, para estudos, à alunos do 6º ano, desde que seja
trabalhado apenas na superficialidade do texto. No entanto, diante do conteúdo ele
pode ser trabalhado, com alunos de uma faixa etária maior, levando em
consideração todo o seu contexto. Imagino uma roda de conversa, em que cada um exponha
sua opinião sobre o livro, e a professora, habilmente, conduzindo o fio da história,
no sentido de apresentar tudo o que a autora quis revelar, denunciar,
desalienar.
Lécia Freitas
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