domingo, 18 de janeiro de 2015

Antropologia

Estranhamento e Identificação Cultural

A percepção da individualidade nasce com o reconhecimento que o outro é diferente. Os nossos  ritos e símbolos expressam as diferenças. São uma forma de nos reconhecermos e de nos diferenciarmos daqueles que não compartilham de nossos valores e costumes.
Aderir a determinados costumes e padrões culturais expressam a identificação com o grupo social.  – Profissão, posição política, padrão estético – são expressões de que nos valemos para nos identificarmos com um grupo de pessoas e valores e nos diferenciarmos de outros.
Aderir a determinados costumes e padrões culturais expressam a identificação com o grupo social. – Profissão, posição política, padrão estético –  são expressões de que nos valemos para nos identificarmos com um grupo de pessoas e valores   e nos identificarmos.
Toda  cultura é uma mistura. Nem os padrões, nem os significados, nem os grupos, são imóveis. A transformação é contínua.
O autoconhecimento depende do outro e vice-versa. Nós nos diferenciamos de  grupos quando nos identificamos com outros. A diferenciação e identificação cultural se faz ora com alguns símbolos ora com outros e com ressignificação, isto é, alterando o significado de um mesmo símbolo.

Multiculturalismo e Interculturalismo

O multiculturalismo vê as diferenças culturas como positivas, por isso, opõe-se a todas as formas de expropriação cultural.
Hoje em dia, fala-se muito de pluralismo cultural ou de multiculturalismo como afirmação da diferença cultural e como recusa positiva e deliberada à hierarquização etnocêntrica das culturas. Considera-se, então, que cada grupo cultural tem direito a conservar e a desenvolver a sua cultura e a educar-se com base nos próprios valores e conhecimentos culturais em igualdade de condição.
Todavia, a perspectiva do multiculturalismo não significa, necessariamente, interação. Ela pede simplesmente a convivência pacífica e respeitosa com o diferente, mas sem disposição de interação. Ou seja, o ajuntamento de culturas múltiplas no interior de uma sociedade, sem comunicação entre elas, permanecendo cada uma apartada da outra.
O que diferencia, então, o interculturalismo do multiculturalismo? O prefixo “inter”  coloca a  tônica nas trocas entre as culturas nos cruzamentos, nas conexões, articulações, comunicações, diálogos, em que cada um pode beneficiar-se da outra. Enquanto o termo multicultural é puramente descritivo, isto é,   descreve a realidade das sociedades nas quais coexistem diferentes culturas, o termo intercultural é normativo, pois refere-se a um processo de intercâmbio e interação comunicativa que seria desejável nas sociedades multiculturais.
O interculturalismo valoriza a interação e o intercâmbio entre diferentes culturas e não simples coexistência entre elas. Nesse sentido, trata-se de um processo permanente, sempre inacabado, marcado por uma deliberada intenção de promover uma relação dialógica e democrática entre as culturas e os grupos “fechados” e não unicamente de uma coexistência pacífica em mesmo território.
O interculturalismo parte de um conceito de cultura mais dinâmica que permite o intercâmbio e o diálogo entre os grupos culturais e seu mútuo enriquecimento. Não considera nenhuma cultura como superior a outra e com direito a dominá-la, mas tampouco compartilha com os relativistas a consideração de que todas as culturas têm igual valor.

                          








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