domingo, 7 de setembro de 2014

Uma vaga lembrança...


...de tempos e amores idos. A solidão não me incomoda, até gosto. Amar, muitas vezes, significa renúncia. E eu, eu renunciei demais. Custei a me reencontrar. Aos poucos vou conseguindo. Por isso, o amor e outros sentimentos eu prefiro deixar lá no fundo. Ás vezes, quando a poesia me assalta, e sinto essa nostalgia de momentos que vivi, e  de outros que inventei, eu vou lá e resgato alguma coisa, somente para dar um alento à alma. E vou seguindo com o que a vida -  que apesar de tudo foi generosa -  me oferece!

Canção do amor sereno


Vem sem receio: eu te recebo
Como um dom dos deuses do deserto
Que decretaram minha trégua, e permitiram
Que o mel de teus olhos me invadisse.

Quero que o meu amor te faça livre,
Que meus dedos não te prendam
Mas contornem teu raro perfil
Como lábios tocam um anel sagrado.

Quero que o meu amor te seja enfeite
E conforto, porto de partida para a fundação
Do teu reino, em que a sombra
Seja abrigo e ilha.

Quero que o meu amor te seja leve
Como se dançasse numa praia uma menina.

 Lya Luft, em "Secreta mirada", 1997.


2 comentários:

  1. Leh!
    Penso que a renuncia faz mesmo parte da vida... já passei muito por isso, e muitas vezes Deus vem e preenche a troca, o vazio e deixa a situação mais calma ou melhor.
    Linda Canção! E só a força do amor para deixar livre!
    Um bejim pra você!

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  2. Ah! Fiquei feliz que tenha gostado dos sachês!
    Isso mesmo, querida! Faça muitos, perfume e espalhe o amor por aí...
    Um bejim bem grande, viu?!

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