A ARROGÂNCIA, O ÓDIO E O NORDESTINO
A
sociedade brasileira sempre foi marcada pela desigualdade social. Essa situação
foi perpetrada pelo colonialismo europeu quando a elite impôs um modelo econômico e social de dominação. O
longo período de escravidão do povo africano consolidou essa situação. O povo
brasileiro descendente do africano herdou essa situação e o estigma da submissão. Durante séculos a elite
dominante ficou mais rica e poderosa explorando os mais pobres que ficaram mais
pobres, aprofundando a desigualdade.
Em
algum momento histórico, homens que conseguiram perceber essa relação e
possibilidades de mudanças tentaram alterar o quadro de miséria e abandono em
que muitos brasileiros se encontravam. Acreditavam que bastava um aumento do
poder aquisitivo para que as transformações acontecessem. Porém, a elite
dominante, além de rica é muito poderosa e todas as tentativas foram
eliminadas. Muitas delas por meio da violência. E assim, na História ficou
marcada, mas nem todas reveladas, as vidas que foram sacrificadas pelo anseio
de liberdade e dignidade próprias da condição humana e que eram negadas aos
filhos pobres e sem berço deste país.
Muito
tempo se passou, e muitas ideias de igualdade social e econômica morreram no
nascedouro, sufocadas por uma classe de pessoas que acreditam na própria
superioridade advindas de um coronelismo secular, de privilégios barganhados a
custa de suor alheio, da vergonha nacional de se saber impotente diante de
tanta falta de caráter. O escárnio das classes mais abastadas diante da miséria
do restante da nação dói mais que a própria dor de se sentir excluído, na terra que é sua por
direito, porque é você que a constrói. A arrogância e prepotência de quem possui um
alto poder aquisitivo, no Brasil, se
traduzem na concepção de que os menos
favorecidos, não têm direito aos mesmos
produtos de consumo que eles, ou espaço social, ou lazer, ou educação. As manifestações de ódio e desprezo dos mais
ricos àqueles que hoje já não são subjugados, são absurdas e inaceitáveis
dentro do conceito do que é ser humano.
Nos últimos anos, com a ascensão de um partido da esquerda ao
poder, esse modelo social e econômico começou a mudar com as novas políticas
sociais de um nordestino, migrante, pobre e analfabeto. Foram muitas as mudanças, que possibilitaram às
classes mais pobres o acesso ao bens de consumo, lazer e principalmente à
educação. Houve uma mudança significativa, para melhor, na qualidade de vida
dessas pessoas. A análise do gráfico
apresentado comprova um aumento gradual do salário durante esse governo.
Contudo, essas transformações, de
acordo com a realidade do país, não estão agradando à elite. Com certeza há
muitos poderosos perdendo com essas mudanças e, portanto, combatem a
distribuição de renda proposta por esse governo. Em razão disso, a elite, representada por
vários setores, inclusive na imprensa,
vem combatendo sistematicamente a legitimidade desse governo, aliada a
políticos de partidos contrários, que detêm o poder. Dessa forma, Instituições
Nacionais que deveriam representar o povo brasileiro têm se transformado em
motivos de chacotas e de vergonha, o que leva a um estado de instabilidade sem
precedentes na história.
Muitas pessoas, de todos os setores
da sociedade, têm se manifestado contra esse estado de coisas na tentativa de
manter o estado democrático brasileiro, com todos os benefícios que ele
representa, em direitos sociais do povo, para o povo. Um retrocesso seria
desastroso para a economia e poderia significar a perda da dignidade, tão
arduamente conquistada, da classe mais pobre do Brasil.
Lécia Freitas
Lécia Freitas
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