quinta-feira, 11 de maio de 2017

OS EQUÍVOCOS DAS REDES SOCIAIS



            Ao entrarmos nas redes sociais da web, podemos afirmar que o jovem na atualidade é extremamente politizado e defensor das minorias étnico-raciais, devido ao grande número de posts, e às manifestações sejam de apreço ou de indignação diante de acontecimentos relacionados.
            Acontece, porém que não se deve considerar  que esse fenômeno acontece agora por causa de uma politização ou conscientização. O que ocorre é que devido ao alcance dos meios de comunicação, as notícias correm e se divulgam com uma rapidez alucinante e um poder de penetração que assusta ao mesmo tempo em que informa.  E muitos jovens querem mesmo é mostrar que estão por dentro das novidades, dos acontecimentos. Muitos não sabem nem do que estão falando.
        Só para exemplificar os fatos ocorridos na época da recente ditadura no Brasil, por exemplo, são merecedores de indignação por parte da população que os presenciou e que sabem das suas consequências. Entende-se que a revolta não foi maior pelo desconhecimento de muitos fatos e por ser absolutamente proibida, durante muito tempo, a revelação dos tristes acontecimentos. Acredito, porém, que a despeito de tudo, a juventude brasileira nunca foi tão politizada como naquela época.
             O que se pode dizer, sobre os jovens de hoje, que há uma desesperança devido à própria situação de intolerância existente no mundo. Há uma descrença à valores inerentes à raça humana. Isso faz com que os jovens busquem algo com que se agarrar.  A luta das minorias étnico-raciais traz em seu bojo elementos que chamam atenção dos jovens. Mas não há uma firmeza de pensamentos e ações concretas em defesa dessas minorias.   O que há na verdade é um contra senso perceptível nas redes sociais. De que adianta um discurso bonito se na prática, quando o imigrante chega e precisa de apoio, ele é visto como alguém que vai roubar as oportunidades que seriam do cidadão nativo? Pior, de que adianta esse discurso se na realidade, os nossos excluídos são massacrados?  Porque para muitos brasileiros, não somente os jovens, as oportunidades devem ser oferecidas e divididas somente entre aqueles de seu grupo social. O preconceito grassa em nossa sociedade. O recrudescimento do racismo no cotidiano comprova a afirmativa, assustando pelas consequências e pela vergonha alheia.
            Além disso, a importância que se dá a um acontecimento doloroso envolvendo qualquer indivíduo pertencente a uma minoria é factual. A dimensão que se dá ao sofrimento nas redes sociais é absurda. No entanto, ele cessa e é esquecido diante de qualquer outro acontecimento, seja doloroso ou não, seja de qualquer pessoa ou fato. A velocidade  com que as informações se equiparam à rapidez com que são esquecidas, e assim o sofrimento é banalizado, as causas e ideais são sobrepostas. Não há aprofundamento em questões que devem ser discutidas para se tentar uma solução. O que se vê comumente são manifestações de intolerância, o que acirra o ódio. Não se percebe uma politização de fato. Quando não há intolerância, há uma indiferença, atestando a preeminência da individualidade dos tempos atuais.
            A educação brasileira tem em seus Parâmetros Curriculares Nacionais orientações sobre como trabalhar o tema desde a mais tenra idade, ainda na educação infantil. O ensino superior, nos cursos de licenciatura, também reserva um espaço em disciplinas orientando e metodologias de como ensinar os futuros alunos a  reconhecer e respeitar as diferenças.  O que se espera, ainda que seja em longo prazo, é que haja resultados positivos por meio da educação.

Lécia Freitas











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