terça-feira, 3 de março de 2015

Estudo: O Álcool e os Adolescentes

Uso de álcool por adolescentes:
estudo de base populacional

Eliane Schneider Strauch
Ricardo Tavares Pinheiro
Ricardo Azevedo Silva
Bernardo Lessa Horta



RESUMO

O presente trabalho apresenta um estudo  objetivando estimar a prevalência e os fatores associados ao uso do álcool por adolescentes. Para esse estudo utilizou-se o método transversal de base populacional em Pelotas (RS), entre 2005 e 2006, com 1.056 adolescentes entre 11 e 15 anos de idade, sendo parte de uma pesquisa realizada por meio do Programa de Pós Graduação em Saúde e Comportamento da Universidade Católica de Pelotas. Após o consentimento, por escrito, dos pais ou responsáveis, aplicou-se um questionário de autopreenchimento anônimo aos adolescentes, baseado no modelo da OMS para uso de drogas e utilizou-se a regressão de Poison na análise de dados.
Segundo os autores, a precocidade  no início do uso do álcool é um dos fatores preditores relevantes em futuros problemas de saúde, socioculturais e econômicos. A longo prazo, esse consumo pode levar ao suicídio e a doenças crônicas.
No estudo, foram identificados vários fatores associados ao uso do álcool, como: idade, sexo masculino, nível econômico, estudar em escolas públicas, não morar com os pais, possuir história de álcool na família, ingresso no trabalho, não ter religião, uso do tabaco e drogas ilícitas, pouco apoio e compreensão pela família, associação com o comportamento dos familiares quanto ao uso do consumo e depressão.
Para o cálculo do tamanho da mostra da pesquisa ampla utilizaram-se os seguintes parâmetros: prevalência estimada de 62,3% para uso do álcool no último mês, nível com 95% de confiança, poder estatístico de 80%, necessitando de 948 adolescentes com um acréscimo de 10% para perdas e para controle de fatores de confusão no total de 1.137 adolescentes. Entretanto, de acordo com inúmeros desfechos de prevalência, estabeleceu-se o número amostral de 1.145 adolescentes entre 11 e 15 anos de idade residentes na zona urbana, com depressão no início da adolescência.
 A amostragem foi feita em múltiplos estágios, estimando-se o números de moradores, percentagem de faixa etária avaliada e quantidade de domicílios a serem visitados. Dos 448 setores censitários  urbanos, sortearam-se 79. Dos 1.145 adolescentes localizados houve uma perda de 89, variando entre aqueles que não responderam a questão e aqueles que não foram encontrados em seu domicilio. Os 1.056 jovens responderam ao questionário, com 81 questões sobre comportamento em saúde. A variável dependente foi o uso de bebidas nos últimos 30 dias. Foram testadas as associações com variáveis demográficas socioeconômicas, hábitos de vida e sintomas de depressão.
Em relação à idade, em ambos os sexos, os resultados mostraram que 12% dos entrevistados com 11 anos de idade já haviam consumido bebidas alcoólicas no último mês, e os valores aumentaram para 20,2% aos 13 anos de idade indicando o inicio do consumo muito precoce.
Comportamentos aditivos estão relacionados e campanhas preventivas não deveriam abordar apenas um tema. Estudos apontam associações na faixa etária de 11 a 13 anos com o uso de tabaco. O uso de substâncias psicoativas nessas idades aumenta o risco de dependência na vida adulta.
No presente estudo nenhuma das variáveis apresentou associação com o desfecho. Ouso de bebidas alcoólicas apresentou elevada prevalência em ambos os sexos em inicio precoce, revelando modificações no perfil dos adolescentes.

Lécia Conceição Freitas



Podemos observar, na foto,  a força  do exemplo do pai sobre a criança. Nesse sentido, comprova-se  a influência do meio na vida e no comportamento dos adolescentes, e a co-responsabilidade nas escolhas e decisões que determinarão o futuro deles. 

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