A corrupção é um grande mal e
pode-se dizer que está presente em toda sociedade, fazendo parte da vida de todos
nós. São perceptíveis os prejuízos que acarreta, sejam políticos, sociais ou
econômicos. Atualmente, as constantes notícias sobre a corrupção nas grandes
instituições públicas, envolvendo políticos e empresários poderosos, têm levado
a população a refletir sobre o assunto e a identificar os diversos tipos de
corrupção existentes no dia a dia e suas consequências. Acredita-se, no
entanto, que não existe uma medida para corrupção. Quando o indivíduo oferece
algo a um funcionário público, no sentido de obter um favorecimento em
benefício próprio, configura-se a corrupção. Acredita-se ainda, que atos como
os praticados no Governo, nas três esferas: federal, estadual e municipal, em
que qualquer objeto, ou milhões do
dinheiro público, ou mesmo centavos, são desviados, não é corrupção: é roubo! E
deveria ter, e ser punido, com esta conotação.
Comumente as pessoas classificam
atos como subornar o guarda de trânsito, oferecer um agrado ao funcionário,
“colar” nas provas, de pequenas
corrupções devido, provavelmente, ao pequeno valor da moeda de troca,
necessária neste tipo de transação, acreditando que não está prejudicando
ninguém. No entanto, esta ideia é falsa
e errada!
Esses
comportamentos não deslegitimam a luta
contra a corrupção e não são a origem dos roubos aos cofres públicos, mas
também passam por cima do interesse
público e mostram que o problema vai muito além da esfera política .
Esses pequenos atos, aparentemente inocentes, e que dão ao indivíduo uma falsa impressão de inteligência
e esperteza, prejudicam o mais próximo como furar filas, mas, no caso do guarda
de trânsito e a “cola” no momento da prova, por exemplos, geram
um efeito que vai , com certeza causar danos muito maiores. O brasileiro
acredita que a sua burla ao sistema ou mesmo a grandes empresas, não representa
nenhum dado, e que, portanto, não terá consequências nem prejuízos, e que, por conseguinte, não o
afetará nem a ninguém. O que o cidadão comum, na sua ideia de “levar vantagem”,
de “dar um jeitinho”, não sabe, não percebe, é que faz parte de uma engrenagem,
e que todos os acontecimentos, em todos os aspectos da vida, pública ou mesmo
privada, estão ligados e as consequências são equivalentes.
É preciso, portanto, uma reflexão
sobre o assunto e que se pratiquem bons hábitos. Além do dano explícito,
práticas como a do “jeitinho” e da “vantagem”,
enfraquecem os princípios éticos, degradam o sentido do público, e dão
um exemplo negativo aos mais jovens. A eles deve ser ensinado que, quando de
interesse público, normas devem ser obedecidas e preservadas, que deveres devem
ser respeitados, que certos comportamentos como os citados demonstram fraqueza
de caráter. Sendo, também, uma questão educacional, a orientação e o bom
exemplo dos adultos são fundamentais para o extermínio dessa prática tão danosa
para a sociedade.
Lécia
Freitas
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