A qualificação
profissional no Brasil data desde a colonização, quando os trabalhadores eram
os escravos e os índios. Por causa disso, essa qualificação sempre foi
depreciada, uma vez que era direcionada à parcela mais miserável da população.
Nos dias atuais, a qualificação profissional adquire uma importância que lhe
assegura atenção por parte do Estado e da sociedade civil como um todo. As
políticas públicas têm se preocupado com
o assunto, tentando promover uma inclusão dos mais desfavorecidos no mercado de
trabalho, e consequentemente transformar uma realidade, cristalizada, devido a
séculos de desigualdade social.
A busca incessante por
melhores condições de vida impulsiona os jovens a almejar profissões com
salários mais convidativos. No entanto, essas profissões requerem anos de
estudo e qualificação por meio de cursos, fora do alcance da classe mais
pobre. O Estado vem proporcionando por
meio de bolsas e cursos profissionalizantes essa possibilidade. Um dos
programas mais conhecidos é o Serviço Nacional de Aprendizagem, (SENAI) que
forma jovens com reconhecida qualificação profissional, porém perpetua a
condição de operário.
Atualmente um número
significativo de jovens alcança um alto grau nos estudos, inclusive em
Universidades no exterior, com a ajuda do Governo Federal, em projetos como o Ciências
Sem Fronteiras, por exemplo. Contudo, somente os mais dotados e, muitas
vezes, com sorte, consegue concretizar o evento. Infelizmente, o acesso ao que
há de melhor na cultura, ao que há de mais belo criado pela humanidade, ao conhecimento,
é privilégio de alguns. Entre esses, não estão incluídos os estigmatizados. Além
disso, as oportunidades oferecidas pelo Governo não estão ao alcance de
qualquer um, devido, inclusive a favorecimentos políticos.
Sendo assim a grande “massa”
dos excluídos ainda permanece no ostracismo, seja por parte das políticas públicas,
seja pela sociedade. O que se pode observar é a continuidade de um estigma
imposto por uma elite dominadora que segrega e ignora. As raízes dessa
realidade são bem profundas e quase imutáveis, por se camuflarem, extrapolam os
princípios da democracia, que dizem existir no país. A única esperança de
mudança seria, em longo prazo, uma
educação de qualidade justa e igualitária. Que as oportunidades fossem
distribuídas, a todos que a buscassem sem privilégios, sem apadrinhamentos
políticos. O jovem brasileiro menos favorecido não precisa de assistencialismo,
e sim, do reconhecimento de seu valor e capacidade.
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