sábado, 10 de fevereiro de 2018

IGUALDADE SEM FRONTEIRAS



A qualificação profissional no Brasil data desde a colonização, quando os trabalhadores eram os escravos e os índios. Por causa disso, essa qualificação sempre foi depreciada, uma vez que era direcionada à parcela mais miserável da população. Nos dias atuais, a qualificação profissional adquire uma importância que lhe assegura atenção por parte do Estado e da sociedade civil como um todo. As políticas públicas têm  se preocupado com o assunto, tentando promover uma inclusão dos mais desfavorecidos no mercado de trabalho, e consequentemente transformar uma realidade, cristalizada, devido a séculos de desigualdade social.
A busca incessante por melhores condições de vida impulsiona os jovens a almejar profissões com salários mais convidativos. No entanto, essas profissões requerem anos de estudo e qualificação por meio de cursos, fora do alcance da classe mais pobre.  O Estado vem proporcionando por meio de bolsas e cursos profissionalizantes essa possibilidade. Um dos programas mais conhecidos é o Serviço Nacional de Aprendizagem, (SENAI) que forma jovens com reconhecida qualificação profissional, porém perpetua a condição de operário.
Atualmente um número significativo de jovens alcança um alto grau nos estudos, inclusive em Universidades no exterior, com a ajuda do Governo Federal, em projetos como o  Ciências Sem Fronteiras, por exemplo. Contudo, somente os mais dotados e, muitas vezes, com sorte, consegue concretizar o evento. Infelizmente, o acesso ao que há de melhor na cultura, ao que há de mais belo criado pela humanidade, ao conhecimento, é privilégio de alguns. Entre esses, não estão incluídos os estigmatizados. Além disso, as oportunidades oferecidas pelo Governo não estão ao alcance de qualquer um, devido, inclusive a favorecimentos  políticos.
Sendo assim a grande “massa” dos excluídos ainda permanece no ostracismo, seja por parte das políticas públicas, seja pela sociedade. O que se pode observar é a continuidade de um estigma imposto por uma elite dominadora que segrega e ignora. As raízes dessa realidade são bem profundas e quase imutáveis, por se camuflarem, extrapolam os princípios da democracia, que dizem existir no país. A única esperança de mudança seria, em longo prazo,  uma educação de qualidade justa e igualitária. Que as oportunidades fossem distribuídas, a todos que a buscassem sem privilégios, sem apadrinhamentos políticos. O jovem brasileiro menos favorecido não precisa de assistencialismo, e sim, do reconhecimento de seu valor e capacidade.





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