terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

LIMBO
desse jeito
prefiro não ser a lembrança
nem do que não houve
não preciso ter um nome
nas suas redes
nem um número na sua cama
não quero ser parte de memória
nem boa nem ruim
não preciso
nem quero
fazer parte de história
quando se é esquecida
no presente
não penso no amanhã
pois nem o meu
sei se vou ter
não preciso que me levantem sonhos
sempre tive os meus
mas não finja o que nunca foi
não permita o encanto
e siga em frente sem olhar para trás
que não vale a pena
o que nunca me deu
ofereça à próxima
certamente há de vir.
Eu nunca existi,
nem até o meio-dia.

Lécia Freitas




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