sábado, 19 de julho de 2014

Análise

INTRODUÇÃO

           O presente trabalho visa um estudo sobre a Companhia de Jesus e a importância do seu papel na educação, no Brasil Colônia.
            Em uma síntese do artigo, e de acordo com as orientações determinadas pelo professor, mostra-se as ações dos jesuítas, seus objetivos e suas consequências na formulação da política educacional brasileira.
            Considera-se de suma importância a contribuição dos jesuítas na catequese indígena, na  formação das bases  educacionais e da sociedade brasileiras.
         Todavia, questiona-se a responsabilidade na aculturação e consequente fragmentação das tribos nativas.
 
 A EDUCAÇÃO JESUÍTA NO BRASIL COLÔNIA

               A influência da educação jesuítica não se restringiu apenas no período que por aqui se estabeleceram. Também em outros períodos encontram-se reminiscências dessa educação, marcando profundamente a orientação religiosa no ensino brasileiro uma vez que a política colonizadora foi ao mesmo tempo religiosa e regalista.
Através do dos colégios e das missões, realmente auxiliaram no processo de colonização brasileira. Transformaram este país em país católico, de língua portuguesa, defenderam a cultura dominante cristã ocidental. Eles foram ainda intelectuais orgânicos da empreitada portuguesa no Brasil. Com isso adquiriram, além do poder religioso que só deviam obediência ao Papa, o poder temporal. Por isso, para o Marquês de Pombal, a Companhia da Jesus transformara-se em um verdadeiro Estado dentro do Estado Português.
            A posição do Estado em face da Igreja em Portugal pode ser considerada de fidelidade a autoridade papal. Este foi um dos poucos Estados que aceitou, sem restrição, todas as decisões do Concílio de Trento. Essa fidelidade levou o Estado português a auferir diversos benefícios concedidos pela Santa Sé.
Da relação entre Igreja e o estado surge o padroado. Com ele compete ao Rei de Portugal a escolha de Bispos, decretar leis e censuras eclesiásticas, erigir locais destinados à pregação religiosa e executar a cobrança e a administração dos dízimos eclesiásticos devidos pelos habitantes das terras do padroado. Essas são as duas principais características do padroado.
            Os padres jesuítas foram os primeiros professores, do Brasil, numa abordagem de educação formal – escolarizada.  Fundada por Santo Inácio de Loyola, em 1534, no papado de Paulo III, essa Ordem realizava operações na igreja para enfrentar as críticas reformistas e a expansão do Protestantismo. Eles atuaram  na  arregimentação de incrédulos e na arrecadação de fundos com o objetivo de combater a Reforma Protestante que se constituía num duro golpe para a Igreja Católica. 
            No Brasil, exerceram um papel de destaque tanto na educação como na catequese dos índios e dos colonos e na organização burocrática da nascente sociedade brasileira. Em 210 anos eles catequizaram os índios, educaram os filhos dos colonos formaram novos sacerdotes e a elite intelectual brasileira , promoveram o controle da fé e da moral dos habitantes e a unificação da língua portuguesa no país.  As crianças órfãs da Coroa trazidas pelo Rei eram catequizadas junto com as crianças indígenas com o objetivo de que elas interagissem e ensinassem a língua do branco aos adultos o que contribuiu na implantação da cultura cristã. Posteriormente, os jesuítas passam a instruir apenas os descendentes dos colonizadores cabendo aos índios, e depois aos mestiços e negros, a educação para o trabalho através do convívio realizado nas chamadas Missões. Este tipo de educação privilegiou o trabalho intelectual em detrimento do manual, o que acabou legitimando a divisão social no Brasil
            Os jesuítas criaram as Missões  em áreas distantes dos brancos, onde a sua verdadeira teocracia era colocada em prática, com a finalidade de extirpar os costumes nativos, entre eles as bases da organização tribal. Os indígenas mandavam as crianças para a escola de manhã, à tarde e à noite, tornando-se sedentários e monogâmicos, deslocando-se de sua cultura nativa para adquirir traços da cultura européia dos portugueses.
            A estrutura e o currículo do ensino jesuítico traziam as marcas do plano de ensino Ratio Studiorum. Promulgado em 1599, previa um currículo e um método único para os estudos escolares dividido em dois graus, supondo o domínio das técnicas elementares de leitura, escrita e cálculo.
Mantendo a unidade e ação e cultivando a disciplina, a tenção e a perseverança nos estudos os jesuítas adaptaram ao Brasil a proposta de Ratio Studiorum.                      
Assim,  estruturam no Brasil 4 grades de ensino sucessivos e propedêuticos: o curso elementar, o curso de humanidades, o curso de artes e o curso de teologia. O elementar ensinava as primeiras letras e a doutrina cristã. O curso de humanidades, em Latim, abrangia o ensino da gramática retórica e das humanidades. O ensino das línguas grega e hebraica foi substituído pelo tupi-guarani o que facilitou a ação das missões.
            O curso de artes (ciências naturais ou filosofia)  durava 3 anos e nele ensinava-se lógica, física, matemática ética e metafísica formando bacharéis e licenciandos.
            O curso de teologia, de quatro anos de duração, conferia o grau de doutor e estudava a teologia especulativa. Dentre os 17 colégios jesuítas no Brasil Colônia, todos, além dos seminários, tinham cursos elementares, boa parte  oferecia curso de humanidade e 8 tinham cursos de artes e teologia. Os cursos de humanidades arte e teologia eram destinados a formar padres e a elite dirigente local da dependência. Apesar de a educação estar nas mãos dos religiosos, os colégios eram públicos porque sua atividade era subsidiada pelo Estado. Para manter a dependência da Colônia, o Rei de Portugal proibiu a criação de Universidades no Brasil.
            A implementação do método de ensino se deu por intermédio do formalismo pedagógico. Este formalismo consiste na contradição existente entre os princípios cristãos europeus e os ensinados nas escolas e a realidade moral dos trópicos. O formal se contrapõe ao real, existindo um contraste entre as práticas e princípios ensinados nas escolas, nos colégios, na Igreja e os efetivamente vividos na prática. Ou seja, o que era dito não era a realidade. O importante não é ser,  mas parecer correto.
             Nesse sentido, pode-se afirmar que esse método catequizador/educacional  mantém raízes até os dias atuais, quando é sabido que somente a elite dominante tem acesso a um ensino de qualidade capaz de  favorecer melhores condições de vida ao indivíduo.                  

CONCLUSÃO


           Ao término do estudo pode-se afirmar que a Companhia de Jesus teve um papel de destaque dentro da Igreja Católica, na difusão da cultura cristã, não só na Europa, mas principalmente no Brasil Colônia.
            Assevera-se a importância dos jesuítas na catequização dos indígenas brasileiros, além da educação oferecida aos nativos e aos negros e colonos.
            Ressalta-se a contribuição jesuítica na edificação de escolas em diversos pontos do território nacional e a participação fundamental na formação da sociedade brasileira.
            Contudo, deve-se considerar a  aculturação dos povos indígenas promovida por ações dos jesuítas, durante o processo de catequização. Esse processo  facilitou a escravidão o que culminou  no extermínio de milhares de nativos.

Análise de apostila sobre a Educação Jesuítica no Brasil-Colônia, da disciplina História da Educação.

                                                                                                                                         Lécia Freitas
















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