Ao entrarmos nas redes sociais da web, podemos afirmar que o jovem na
atualidade é extremamente politizado e defensor das minorias étnico-raciais,
devido ao grande número de posts, e
às manifestações sejam de apreço ou de indignação diante de acontecimentos
relacionados.
Acontece, porém que não se deve
considerar que esse fenômeno acontece
agora por causa de uma politização ou conscientização. O que ocorre é que
devido ao alcance dos meios de comunicação, as notícias correm e se divulgam
com uma rapidez alucinante e um poder de penetração que assusta ao mesmo tempo
em que informa. E muitos jovens querem
mesmo é mostrar que estão por dentro das novidades, dos acontecimentos. Muitos
não sabem nem do que estão falando.
Só para exemplificar os fatos ocorridos
na época da recente ditadura no Brasil, por exemplo, são merecedores de
indignação por parte da população que os presenciou e que sabem das suas
consequências. Entende-se que a revolta não foi maior pelo desconhecimento de
muitos fatos e por ser absolutamente proibida, durante muito tempo, a revelação
dos tristes acontecimentos. Acredito, porém, que a despeito de tudo, a
juventude brasileira nunca foi tão politizada como naquela época.
O que se pode dizer, sobre os jovens de hoje,
que há uma desesperança devido à própria situação de intolerância existente no
mundo. Há uma descrença à valores inerentes à raça humana. Isso faz com que os
jovens busquem algo com que se agarrar.
A luta das minorias étnico-raciais traz em seu bojo elementos que chamam
atenção dos jovens. Mas não há uma firmeza de pensamentos e ações concretas em
defesa dessas minorias. O que há na
verdade é um contra senso perceptível nas redes sociais. De que adianta um
discurso bonito se na prática, quando o imigrante chega e precisa de apoio, ele
é visto como alguém que vai roubar as oportunidades que seriam do cidadão
nativo? Pior, de que adianta esse discurso se na realidade, os nossos excluídos
são massacrados? Porque para muitos
brasileiros, não somente os jovens, as oportunidades devem ser oferecidas e
divididas somente entre aqueles de seu grupo social. O preconceito grassa em
nossa sociedade. O recrudescimento do racismo no cotidiano comprova a
afirmativa, assustando pelas consequências e pela vergonha alheia.
Além disso, a importância que se dá
a um acontecimento doloroso envolvendo qualquer indivíduo pertencente a uma
minoria é factual. A dimensão que se dá ao sofrimento nas redes sociais é
absurda. No entanto, ele cessa e é esquecido diante de qualquer outro
acontecimento, seja doloroso ou não, seja de qualquer pessoa ou fato. A
velocidade com que as informações se
equiparam à rapidez com que são esquecidas, e assim o sofrimento é banalizado,
as causas e ideais são sobrepostas. Não há aprofundamento em questões que devem
ser discutidas para se tentar uma solução. O que se vê comumente são
manifestações de intolerância, o que acirra o ódio. Não se percebe uma
politização de fato. Quando não há intolerância, há uma indiferença, atestando
a preeminência da individualidade dos tempos atuais.
A educação brasileira tem em seus
Parâmetros Curriculares Nacionais orientações sobre como trabalhar o tema desde
a mais tenra idade, ainda na educação infantil. O ensino superior, nos cursos
de licenciatura, também reserva um espaço em disciplinas orientando e metodologias
de como ensinar os futuros alunos a
reconhecer e respeitar as diferenças.
O que se espera, ainda que seja em longo prazo, é que haja resultados
positivos por meio da educação.
Lécia Freitas
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