AVALIAÇÃO
EDUCACIONAL:
subsidiando
decisões
A
avaliação do processo de aprendizagem é prática comum e sistematizada nas instituições escolares do país, e sempre
existiu desde que as escolas foram criadas.
Os
métodos de avaliação existentes, na atualidade, sofreram transformações ao longo dos
anos, sendo questionados por estudiosos
da área quanto à sua legitimidade e
eficácia. As avaliações externas, por
meio das avaliações em larga escala, é um tema que vem se destacando nas
políticas públicas de educação, sendo considerado como parte de um conjunto de
ações na tentativa de melhorar a qualidade de ensino no Brasil.
Para
Luckesi “a avaliação é um diagnóstico da qualidade dos resultados
intermediários ou finais,” e pode-se afirmar então que a avaliação representa o
resultado de um trabalho. Para esse autor a avaliação subsidia decisões a
respeito da aprendizagem dos alunos, visando garantir a qualidade desse
resultado. Por isso deve ser articulada em um
projeto pedagógico, e com seu consequente projeto de ensino, capaz de
estudá-la e defini-la.
A
avaliação educacional pode ser dividida
em três categorias: a da aprendizagem; as avaliações
externas - SAEB, ENEM, PROVA
BRASIL... – e a avaliação da instituição. Os avaliadores mudam de acordo com a categoria
da avaliação. Na avaliação da aprendizagem, o aluno é avaliado pelo professor e
espera-se que o aluno tenha aprendido os conteúdos trabalhados; nas avaliações
externas, o Estado avalia alunos, professores, escola e família; na avaliação
institucional é a comunidade que avalia e toma as decisões. Espera-se, com os
resultados obtidos nas avaliações, conseguir melhorar a qualidade da Educação
no país. Por meio dos dados alcançados o Estado poderá promover ações visando essa melhoria.
De
acordo com o material apresentado como
aporte para este trabalho, a
avaliação da aprendizagem na Educação Básica no Brasil consolidou-se a partir
da implantação do Sistema de Avaliação da Educação Básica – SAEB – aplicado
pela primeira vez em 1990. É realizado a cada dois anos, é amostral, e avalia alunos regularmente
matriculados nas 4ª e 8ª séries do ensino fundamental, e 3º ano do ensino médio
de escolas públicas e privadas, localizadas em área urbana e rural. A Prova Brasil, diferentemente, é censitária,
ou seja, todos os alunos de todas as escolas são avaliados, o que traz um
diagnóstico da realidade do aproveitamento da aprendizagem, de cada escola.
Sendo assim as avaliações fornecem dados conclusivos sobre as práticas pedagógicas centralizando as funções
diagnóstica (o que o aluno já sabe) e formativa
(o que ele está aprendendo) da avaliação educacional.
Essa
conjuntura torna evidentes os resultados de um trabalho, cobrado pela
sociedade, e pelos órgãos responsáveis sendo, portanto, as avaliações externas,
um motivador de tensões entre os profissionais da área que esperam alcançar as
melhores notas confirmando o seu esforço e capacidade.
Pode-se
considerar que as avaliações externas são importantes por criar norteadores
para as políticas educacionais e para as discussões sobre a qualidade de ensino
no país. Entretanto, como são realizadas a cada dois anos —
como o SAEB e a Prova Brasil — e são padronizadas não conseguem retratar tudo
o que acontece no interior das escolas. Não é possível adquirir informações
completas e detalhadas do cotidiano de uma escola por meio dessas avaliações. Destaca-se
que numa avaliação de aprendizagem, são observadas as habilidades e competências, e não apenas
aquisição de conteúdos. Na ação de medir ou avaliar o desempenho dos alunos é
necessário fazer uso das ferramentas de avaliação de aprendizagem utilizadas em
cada unidade escolar de acordo com sua especificidade. Ressalta-se que as
avaliações externas são um forte
indicativo do avanço da própria escola sendo este um dos seus objetivos, mas
não se deve generalizar os resultados das avaliações. No planejamento dos
conteúdos a serem trabalhados, os professores devem observar a realidade da escola não se desviando dos seus
objetivos e metas, ao valorizar aqueles
analisados pela Prova Brasil, em detrimento da própria autonomia.
Compreende-se que a cada ano, os gestores das escolas
planejem suas ações pedagógicas almejando melhores resultados nas avaliações
externas, em comparação com as já realizadas, uma vez que o aumento das suas
notas é visto como melhoria da qualidade de ensino praticado. Mesmo aqueles
professores mais confiantes têm nas avaliações, um motivador para a elaboração
do planejamento de sua prática pedagógica.
A
avaliação institucional como o nome diz, avalia a instituição, ou seja, a
escola como um todo e o seu processo pedagógico. É realizada dentro da escola
por todos os sujeitos envolvidos no seu
cotidiano. Seu objetivo é o bem comum, da forma como está demonstrado no Projeto Político Pedagógico, sempre
pensando na melhoria da escola para os alunos e no aprimoramento do processo de
aprendizagem. Essa avaliação necessita do poder público uma vez que está
atrelado a ele para o funcionamento da escola.
As três avaliações – avaliação de
aprendizagem, avaliação externa, avaliação institucional – estão interligadas,
pois, por meio das informações obtidas é possível tomar as decisões necessárias
relacionadas a situações específicas.
No
que se refere à Educação Infantil, há algumas alterações no quadro. A avaliação
institucional, ou seja, dos CMEIS, na cidade de Pará de Minas é realizada, de acordo com o PPP de cada
escola, tendo total apoio da Secretaria de Educação, que procura atender as
necessidades básicas com critérios igualitários e de acordo com as
possibilidades. Há uma constante preocupação com o desenvolvimento integral das
crianças desde os 06 meses quando são matriculadas até os 05 anos e 11 meses
quando, enfim, ingressam na educação fundamental. Além disso, a Secretaria de
Educação da minha cidade está sempre oferecendo cursos de capacitação
gratuitos, além de incentivar os cursos de
pós–graduação, para que todos os
funcionários tenham oportunidades. A Secretaria de Educação e os gestores das
escolas buscam permanentemente uma integração com as famílias e com a
comunidade entorno promovendo eventos e situações capazes de fortalecer
vínculos já existentes e criar outros ainda no nascedouro. Embora a demanda
seja sempre crescente, há uma preocupação do poder público no sentido de construir
novas Creches e CMEIS,
principalmente em bairros populosos, que apresentem famílias em risco
social. Nesses casos, a Secretaria de Educação trabalha em conjunto com
outras Secretarias como Saúde e Ação Social, além de Organizações
relacionadas, como APAE.
Nas
Creches, a cada trimestre, há um estudo sobre avaliação do desenvolvimento
integral dos alunos denominado Ficha Descritiva. Essa ficha é elaborada de
acordo com uma observação, diária e sistematizada, dos alunos, pelos professores, diariamente,
seguindo critérios e contemplando os aspectos
cognitivo, emocional, coordenação motora, socialização, etc. No final do
ano é elaborado o Portfólio.
Na
pré-escola, as avaliações seguem basicamente os mesmos critérios. Os alunos são avaliados diariamente, e embora
já estejam sendo alfabetizados, as avaliações são processuais. De acordo com o disposto a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, na
seção II, referente à Educação Infantil, artigo 31, determina que: "(...) a avaliação far-se-á mediante
o acompanhamento e registro do seu desenvolvimento, sem o objetivo de promoção,
mesmo para o acesso ao ensino fundamental". Não há objetivo de promoção, sendo que a
avaliação apenas auxilia no processo de aprendizagem e fortalece a autoestima
das crianças. Os progressos e conquistas são compartilhados com as crianças, de
uma forma contextualizada. O aluno é avaliado em todos os aspectos e as
professoras seguem um guia pedagógico,
no qual as atividades são previamente estabelecidas de acordo com a fase
de desenvolvimento da criança. Toda a equipe discute sobre as metas a serem
alcançadas, juntamente com a Supervisora.
Assim
como nas creches, as avaliações são apresentadas aos pais, que recebem também
orientações e explicações quando necessário.
As avaliações de desenvolvimento das
crianças na Educação Infantil de Pará de
Minas tem o acompanhamento de uma equipe de Coordenação da Secretaria Municipal
de Educação, assim como de outros profissionais das áreas já citadas acima, com
o respaldo da Prefeitura Municipal que possibilita recursos caso haja
encaminhamentos para qualquer outro profissional, inexistente no serviço
público, ainda que em outra localidade.
Sendo
assim, o fato de não serem realizadas avaliações externas na Educação Infantil
não interfere no cotidiano escolar
dessas unidades de acordo com afirmações obtidas em conversas com outras
Diretoras. As avaliações de desenvolvimento das crianças, nas unidades
escolares têm o acompanhamento das Supervisoras e Diretoras, que orientam as professoras
em reuniões semanais, em que são discutidas, também as práticas pedagógicas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário