OTELO
Willian
Shakespeare
A história gira em torno da traição, da inveja e
da rivalidade entre os personagens. Inicia-se com Iago, alferes de
Otelo, tramando com Rodrigo uma forma de contar a Brabâncio, rico senador de Veneza, que sua
filha, a gentil Desdêmona, tinha relações íntimas com Otelo. Iago queria
vingar-se do general Otelo
porque ele promoveu Cássio, jovem soldado florentino
e grande intermediário nas relações entre Otelo e Desdêmona, ao posto de tenente.
Esse ato deixou Iago muito ofendido, uma vez que acreditava que as promoções
deveriam ser obtidas "pelos velhos meios em que herdava sempre o segundo o
posto do primeiro" e não por amizades.
Brabâncio, que deixara a filha
livre para escolher o marido que mais a agradasse, acreditava que ela
escolheria para seu cônjuge, um homem da classe senatorial ou de semelhante. Ao
tomar ciência que sua filha havia fugido para se casar com o Mouro, foi à procura de
Otelo matá-lo. No momento em que se encontraram, chegou um comunicado do Duque
de Veneza, convocando-os para uma reunião de caráter urgente no senado.
Durante a reunião,
Brabâncio, sem provas, acusou o Mouro de ter induzido Desdêmona a casar-se com
ele por meio de bruxarias. Otelo, que era general do reino de Veneza e gozava
da estima e da confiança do Estado por ser leal, muito corajoso e ter atitudes
nobres, fez, em sua defesa, um simples relato da sua história de amor que foi
confirmado pela própria Desdêmona. Por isso, e por ser o único capaz de
conduzir um exercito no contra-ataque a uma esquadra turca que se dirigia
à ilha de Chipre, Otelo foi inocentado e o casal
seguiu para Chipre, em barcos separados, na manhã seguinte.
Durante a viagem uma tempestade separou
as embarcações e, devido a isso, Desdêmona
chegou primeiro à ilha. Algum tempo depois, Otelo desembarca com a novidade que
a guerra tinha acabado porque a esquadra turca fora destruída pela fúria das águas.
No entanto, o que o Mouro não sabia é que na ilha ele enfrentaria um inimigo
mais fatal do que os turcos.
Em Chipre, Iago que odiava a
Otelo e a Cássio, começou a semear a discórdia entre o casal, ou seja, concebeu
um terrível plano de vingança que tinha como seu objetivo arruinar seus
inimigos. Hábil e profundo conhecedor da natureza
humana, e sempre fazendo reflexões sobre a humanidade, Iago sabia
que, de todos os tormentos que afligem a alma, o ciúme é o mais intolerável e
difícil de controlar.
Ele sabia que Cássio, entre os
amigos de Otelo, era o que mais possuía a confiança do general. Sabia também
que devido a sua beleza e eloquência, qualidades que agradam às mulheres, ele
era exatamente o tipo de homem capaz de despertar o ciúme de um homem de idade
avançada, como era Otelo, casado com uma jovem e bela mulher. Por
isso, começou a realizar seu plano.
Sob pretexto de lealdade e estima
ao general, Iago induziu Cássio, responsável por manter a ordem e a paz, a se
embriagar e envolver-se em uma briga com Rodrigo, durante uma festa em que os
habitantes da ilha ofereceram
a Otelo. Quando o mouro soube do acontecido, destituiu Cássio de seu posto.
Nessa mesma noite, Iago começou a jogar Cássio contra Otelo. Ele falava,
dissimulando certo repúdio à atitude do
general, que a sua decisão tinha sido muito dura e que Cássio deveria pedir a
Desdêmona que convencesse Otelo a devolver-lhe o posto de tenente.
Cássio, abalado emocionalmente, não se deu conta do plano traçado por Iago e
aceitou a sugestão.
Dando continuidade a seu plano,
Iago insinuou a Otelo que Cássio e sua esposa poderiam estar tendo um caso.
Esse plano foi tão bem traçado que Otelo começou a desconfiar de Desdêmona.
Iago sabia que o Mouro havia
presenteado sua mulher com um velho lenço de linho bordado
com morangos,
o qual tinha herdado de sua mãe. Iago induz Emília, sua esposa, a roubar o
lenço de Desdemona e diz a Otelo que sua mulher havia presenteado o seu amante com
ele. Otelo, já enciumado, pergunta a sua esposa sobre o lenço e ela,
ignorando que o lenço estava com Iago, não soube explicar o desaparecimento do
mesmo. Nesse meio tempo, Iago colocou o lenço dentro do quarto de Cássio para
que ele o encontrasse.
Depois, Iago fez com que Otelo se
escondesse e ouvisse uma conversa sua com Cássio. Eles falaram sobre Bianca,
meretriz amante de Cássio, mas como Otelo só ouviu partes da conversa ficou com
a impressão de que eles estavam falando a respeito de Desdêmona. Um pouco
depois Bianca chegou e Cássio deu a ela o lenço que encontrara em seu quarto
para que ela providenciasse uma cópia. As consequências disso foram terríveis:
primeiro Iago, jurando lealdade a seu general, disse que, para vingá-lo, mataria
Cássio, mas sua real intenção era matar Rodrigo e Cássio simultaneamente porque
eles poderiam estragar seus planos. No entanto, isso não ocorreu conforme suas
intenções: Rodrigo acaba morrendo e Cássio ferido com uma perna mutilada.
Depois Otelo, totalmente descontrolado,
foi à procura de sua esposa acreditando que ela o havia traído e a asfixia em
seu quarto. Após isso, Emília, esposa de Iago, sabendo que sua senhora fora
assassinada revelou a Otelo, Ludovico (parente de Brabâncio) e Montano (governador de
Chipre antes de Otelo) que tudo isso foi tramado por seu marido e que Desdêmona
jamais fora infiel.
Iago então mata Emília e foge,
mas logo é capturado. Otelo, desesperado ao saber que matara sua amada esposa
injustamente, apunhalou-se, caindo sobre o corpo de sua mulher e morreu
beijando a quem tanto amara.
Ao finalizar a tragédia Cássio
passou a ocupar o lugar de Otelo, Iago foi entregue às autoridades para ser
julgado e Graciano, uma vez que seu irmão Brabâncio morrera, ficou com os bens do mouro.
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